Comportamento
O mau hábito que pode potencializar com a Covid-19
Impactos do tabagismo no desenvolvimento da pandemia do novo coronavírus são centro de discussão na comunidade científica
Infocenter -
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) tem protagonizado estudos a respeito do tabagismo e suas decorrências em tempo de pandemia. Nesta semana, organizou uma live nas plataformas digitais com referências da área médica para debater o assunto. As discussões centrais procuraram compreender o controle do tabaco em tempos de Covid-19, maneiras de abordagem e a presença do combate ao índice de consumo do tabaco como política pública. Entre todos estes pontos, o principal destaque foi o impactos do hábito no desenvolvimento do coronavírus no organismo.
Os usuários acabam por descarregar suas ansiedades no hábito e é justamente este grupo que está mais propício a desenvolver um quadro mais grave se infectado com o novo coronavírus. O consumo do tabaco gera um comprometimento pulmonar maior, o que favorece a potencialização do vírus e é extremamente prejudicial ao paciente. “Nós temos dentro do pulmão células ciliadas, que atuam como uma varredura de impurezas que a gente inala, de poluição, mas também de agentes agressores, como vírus e bactérias. Nas pessoas fumantes, o movimento e a ação destes cílios ficam limitados, deixando o paciente mais predisposto a desenvolver infecções. Eles possuem esse risco maior”, explica a pneumologista Juliana Seibert.
O ato de fumar pode fazer, potencialmente, que as pessoas se contaminem e transmitam o vírus aos outros. Uma das recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) é, justamente, evitar tocar no rosto ou na boca. Uma indicação que é muito difícil de cumprir quando se fuma. “A gente passa por pessoas que fumam e que andam sem máscara. Elas se expõem mais e acabam expondo mais os outros. Elas acabam levando as mãos ao rosto, à boca, o que é uma fonte potencial de contaminação. Se pegarmos uma pessoa que fuma um ou dois maços por dia, ela coloca a mão no rosto inúmeras vezes, o que aumenta as chances de se contaminar. Até por isso, o álcool gel é muito importante”, destaca Juliana.
O tabagismo passivo também é um alerta. Quem está exposto à fumaça do cigarro, também terá uma irritação nas vias aéreas. Este contexto pode proporcionar uma facilidade maior de contrair doenças respiratórias. Em crianças, aumenta o risco também. Quando são asmáticas, a prática do tabagismo entre os pais pode agravar o quadro, enquanto outras podem desenvolver otite pela exposição à fumaça do tabaco. “Já são conhecidos casos em que tivemos muita dificuldade de controlar os quadros respiratórios da criança e os pais pararam de fumar e isso melhorou totalmente a saúde do filho”, conta a pneumologista.
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, são 1,2 milhão de mortes anuais causadas pelo tabagismo passivo e oito milhões geradas pelo consumo ativo, sendo a maioria registradas em países ainda em desenvolvimento. Relatórios dos órgãos de saúde da ONU mostram a necessidade de ampliar as abordagens relativas aos cuidados e bem-estar da saúde. Dentro da importância de reduzir o consumo entre a população, o Brasil já reduziu em mais de 40% o número de fumantes no país, segundo o Inca.
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