Visita

Obama chega a Buenos Aires acompanhado por 400 empresários

Visita do presidente norte-americano coincide com o aniversário, nesta quinta-feira, dos 40 anos do golpe militar no país

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, embarcou direto de Havana, a capital cubana, para Buenos Aires, onde chegou na madrugada desta quarta-feira (23) para se encontrar com Mauricio Macri, que acaba de completar 100 dias na presidência da Argentina. O último presidente norte-americano que visitou o país, para tratar de temas bilaterais, foi Bill Clinton, há 19 anos. Depois dele, veio George W. Bush, em 2005, com o objetivo de lançar a Área de Livre Comércio das Américas (Alca), mas foi recebido com protestos nas ruas e a oposição do Mercosul e da Venezuela ao seu projeto de integração comercial.

Obama chega acompanhado por 400 empresários, no momento em que a Argentina precisa atrair investimentos estrangeiros: os preços das commodities, cujas exportações eram a principal fonte de divisas do país, estão em queda e o Brasil, seu principal sócio comercial, está em crise. A visita do presidente norte-americano também coincide com o aniversário, nesta quinta-feira, dos 40 anos do golpe militar – um dos mais sangrentos da América Latina.

A pedido de organizações de direitos humanos, Obama prometeu abrir os arquivos da ditadura (1976-1983). “É um gesto significativo”, disse a ministra das Relações Exteriores, Susana Malcorra, ao lembrar que alguns desses documentos só seriam desclassificados em dez anos.

Apesar do gesto de Obama ter sido bem recebido, a presença dele em Buenos Aires, no dia do aniversário do golpe, foi desaconselhada pelo Prêmio Nobel da Paz argentino, Adolfo Perez Esquivel. “Nesta data, vamos às ruas para lembrar as vítimas de uma ditadura que, em seu momento, foi apoiada pelos Estados Unidos e para pedir verdade e justiça”, disse.

Obama viajará para Bariloche, no Sul da Argentina, na quinta. Antes disso, visitará o Parque da Memória, em Buenos Aires, construído à beira do Rio da Prata onde muitas vítimas da ditadura foram jogadas de aviões militares, nos chamados “voos da morte”.

Nesta quarta-feira, após o encontro com Macri e uma entrevista coletiva, o presidente norte-americano vai atravessar a pé a Praça de Maio, da Casa Rosada (o palácio presidencial) até a Catedral, onde o papa argentino rezava missa quando era arcebispo de Buenos Aires. O papa Francisco foi um responsáveis pela reaproximação dos Estados Unidos com Cuba, anunciada pelos presidentes Barack Obama e Raúl Castro em 2014.

Em Buenos Aires, Obama terá também encontro com jovens empreendedores e, como Macri, falará sobre o combate ao narcotráfico e ao terrorismo. A Argentina reforçou a segurança para a visita de Obama, depois dos atentados dessa terça-feira, que mataram mais de 30 pessoas e feriram centenas na Bélgica.

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