Reflexo dos cortes

Obras do Hospice seguem sem data para recomeçar

Tema foi debatido em assembleia geral e prédio ganhou abraço simbólico na tarde desta terça-feira

Paulo Rossi -

A conclusão das obras do Centro Regional de Cuidados Paliativos na antiga Laneira, no bairro Fragata, segue sem previsão. Uma informação confirmada na segunda-feira torna a possibilidade de retomada dos trabalhos ainda mais remota. A Universidade Federal de Pelotas (UFPel) deixará de receber R$ 6 milhões de um total de R$ 7 milhões para investimentos, que estavam bloqueados pelo Ministério da Educação (MEC) desde o mês de maio. A falta de perspectiva de ver o Hospice - como o Centro Regional ficou conhecido - em funcionamento virou tema de assembleia geral e ganhou ato na tarde desta terça (8).

Trabalhadores e usuários da Unidade Cuidativa e lideranças da comunidade em geral deram abraço simbólico ao prédio, que há poucos meses se transformou em alvo inclusive de furto de aberturas. Cerca de dez janelas foram levadas. "Neste momento estamos preocupados em garantir a segurança do local, com o fechamento de esquadrias e a colocação de tapume, para que as obras não se deteriorem", afirma o reitor Pedro Curi Hallal. E ao se referir à perda dos R$ 6 milhões - removidos do Orçamento e agora direcionados para emendas parlamentares individuais -, o reitor endureceu o tom. Criticou as políticas de governo e não de Estado e chamou de "furto" a retirada dos recursos.

Com a verba para investimentos reduzida a apenas R$ 2 milhões para toda a estrutura da UFPel, melhorias, reformas e obras ficam praticamente inviabilizadas. A do Hospice é apenas um dos exemplos. E a estratégia, mais uma vez, inclui ir em busca de apoio político para que o caixa volte a engordar, via emendas, e permita dar seguimento a planos e projetos.

Foco é conquistar parceiros e apoiadores
A mobilização de ontem não havia nem acabado e a médica Julieta Fripp, idealizadora do Centro Regional de Cuidados Paliativos, arriscou nova data para o término das obras: julho de 2020. A estimativa é de que R$ 1,4 milhão sejam suficientes para finalizá-la, incluídas a pavimentação externa, a Casa de Resíduos e a subestação de energia. A expectativa é de que cada uma das etapas, como a pintura, por exemplo, possa contar com a retaguarda não só da classe política, mas da sociedade em geral, através de doações - seja em dinheiro ou em material.

"Vamos movimentar todos os apoios possíveis. Agora vamos dar início a uma campanha de associados cuidativos, através do Instituto Cuidativo, que tem CNPJ próprio", destaca Julieta. E, apesar do cenário político e financeiro desfavorável, não esconde o entusiasmo em perseguir a concretização do Hospice. Um sonho que começou a ser desenhado em 2008.

Relembre
O contrato para o início da obra, realizada através do Programa de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais (Rehuf), foi assinado em janeiro de 2014. Um dos prédios da antiga Laneira passou, então, a ser restaurado e adaptado para abrigar o Hospice. Verbas liberadas aos pingados pela União, desabamento de uma das paredes e a existência de reservatórios d´água - desconhecidos durante a elaboração dos projetos complementares, já que o local era usado para lavagem das lãs - ajudam a compreender a lentidão dos trabalhos. Aditivos para elevar os valores de R$ 2,1 milhões para R$ 2,5 milhões e, depois, para um total R$ 3 milhões também foram necessários e o contrato com a empresa responsável pela construção acabou rompido.

O Centro Regional de Cuidados Paliativos foi idealizado para atender a pacientes com doenças graves, ameaçadoras à vida, como ponte entre os programas de internação domiciliar e o Hospital-Escola (HE-UFPel). Com atendimento 100% SUS, também adotará a máxima Ainda que não se possa curar, sempre é possível cuidar. A estrutura prevê, pelo menos, 16 leitos de internação, além de três consultórios médicos, dois postos de Enfermagem e salas de procedimentos.

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