Saúde

Obstetrícia em Piratini está fechado há mais de duas semanas

Dois obstetras e um pediatra abandonaram os cargos após receberem propostas da Santa Casa de Misericórdia de Pelotas

Divulgação -

A situação do Hospital de Caridade Nossa Senhora da Conceição, em Piratini, é grave. Além da crise que enfrenta por conta da falta de repasse de verbas do governo estadual, o serviço especializado em obstetrícia está sem prestar atendimentos há mais de duas semanas. Em novembro do último ano os atendimentos haviam sido ampliados para mais quatro municípios da região, além da cidade sede. A direção do local conta com uma reunião que está marcada para a quarta-feira (09), com potencial para reverter o quadro.

A especialidade contava com uma equipe formada por três obstetras, dois pediatras e dois anestesistas. Em novembro os atendimentos foram estendidos aos municípios de Pedras Altas, Pinheiro Machado, Pedro Osório e Cerrito, mas logo foram interrompidos. Desde o último dia 21, três dos médicos abandonaram seus cargos após o recebimento de propostas para trabalhar na Santa Casa de Misericórdia de Pelotas. "Não conseguimos superar o valor das propostas que eles receberam e acabamos por perder os profissionais", afirma Antônio Laerto Farias, diretor executivo do Hospital. Os demais profissionais do serviço decidiram não assumir o período de final e início do ano, também abandonando os pacientes e agravando a situação. O diretor lamenta a saída dos profissionais - alguns avisaram o afastamento via aplicativo de mensagem, como o WhatsApp.

Durante o período sem o serviço, planejado para atuar por 24 horas ao dia, cerca de oito gestantes do município precisaram ser encaminhadas para clínicas e casas de saúde em outras cidades região, como Pelotas, Rio Grande e São Lourenço do Sul. A Santa Casa de Pelotas reabriu a maternidade na primeira semana de dezembro, após quatro meses de portas fechadas e, logo no final do mês, passou a receber as grávidas que necessitavam de atendimento. Farias afirma que todas as pacientes receberam atendimento de enfermeiras obstétricas e clínicos gerais no Hospital de Caridade. O tempo de viagem entre Piratini e os municípios varia de cerca de uma hora e meia (para Pelotas, com distância de 95 quilômetros) e até duas horas (para Rio Grande e São Lourenço, com distâncias superiores a 150 quilômetros).

Possível resolução do problema
Está marcado para o início da tarde desta quarta-feira uma reunião com os profissionais pretendidos às vagas que ficaram em aberto. A princípio, segundo Antônio Farias, a especialidade será beneficiada com dois profissionais a mais do que existia. De três obstetras e dois pediatras, serão somados um profissional para cada área. A previsão de início dos trabalhos e retomada do serviço é o dia 16, próxima segunda-feira. O que pode desacelerar o processo e manter a especialidade fechada são os propostas salariais discutidas com os futuros empregados do Hospital de Caridade.

Desde o último mês de novembro o local também mantêm as especialidades de neurologia e ginecologia fechadas, dessa vez por conta da falta de recursos. Já são quatro meses sem receber as verbas do governo do Estado, o que totaliza um montante próximo da casa dos R$ 3 milhões. Essa falta de recursos pode ainda dificultar a contratação dos profissionais voltados à saúde da mulher e crianças recém nascidas.

Também está previsto para esta terça-feira (08) o envio de um parecer da Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Saúde do Rio Grande do Sul (FEHOSul), com o calendário de pagamentos e possíveis repasses do fundo estadual, fatores que são fundamentais à reunião marcada para amanhã. O diretor-executivo assume que a situação é complicada, mas aguarda pela mais rápida solução possível.

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