Aniversário

Os 50 anos de história da UFPel

Instituição comemora o cinquentenário nesta quinta com série de atividades programadas

Carlos Queiroz -

A Universidade Federal de Pelotas (UFPel) completa 50 anos nesta quinta-feira (8). A origem, no entanto, é mais do que centenária, já que a Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel (Faem) - considerada a unidade mais antiga - foi criada em 1883. Hoje, são 92 cursos de graduação presencial e cinco a distância, 27 cursos de especialização, 44 cursos de mestrado e 27 cursos de doutorado, que reúnem mais dois mil servidores e 18 mil estudantes, oriundos de todos os cantos do Brasil e do exterior. Além do universo acadêmico, a instituição é responsável por prestar uma série de serviços essenciais à comunidade pelotense. O Hospital-Escola (HE) e os ambulatórios da Faculdade de Odontologia (FO) atendem 100% via Sistema Único de Saúde (SUS). Cinco Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e três museus são coordenados pela UFPel, que também presta serviço de assistência jurídica gratuita. São centenas de projetos de extensão, pesquisa e ensino, além de um Hospital Veterinário, um Centro de Pesquisas Epidemiológicas - referência mundial - e um Núcleo de Reabilitação da Fauna Silvestre, o único da Zona Sul. Para comemorar o cinquentenário e tantas conquistas, que só crescem ao longo dos anos, uma série de atividades foi programada para ocorrer ao longo do dia.

A programação se inicia às 10h, com uma Sessão Solene na Câmara dos Vereadores. Já às 18h, um grande ato será realizado no Auditório Wilson de Oliveira (que será reinaugurado hoje), no Campus Capão do Leão, onde serão entregues títulos honoríficos para professores e técnico-administrativos eméritos. O ato solene vai ocorrer em seguida, com a presença de autoridades e do coral da universidade, seguido por um coquetel por adesão, às 20h, no saguão da Faem. A instituição fornecerá transporte de apoio para a Cerimônia dos 50 Anos da Universidade à comunidade, com saída às 16h45min e às 17h15min do Campus 2. Por fim, no dia 18, ocorre uma rústica organizada pelo Sesc-RS. De acordo com o reitor Pedro Hallal, essa série de atividades foi pensada e adaptada à situação financeira atual, já que a UFPel vive sua maior crise, mas a data não poderia deixar de ser comemorada. Dentro dessa semana de comemorações, Hallal destaca a homenagem feita pela Universidade Católica de Pelotas (UCPel), sua coirmã e forte parceira.

Fazer parte desses 50 anos, para Hallal, é sinônimo de orgulho. Mas, ao mesmo tempo, ele confessa se sentir um pouco intimidado. Ao longo de cinco décadas, vários reitores passaram pela instituição, e o árduo trabalho administrativo de cada um merece ser reconhecido. É uma tarefa difícil, que fez a UFPel chegar até onde chegou. “A UFPel tem que saber valorizar sua história”, pontua. Isso porque, considerando que até pouco tempo atrás o Ensino Superior era destinado apenas ao sexo masculino, hoje a universidade forma mais mulheres que homens. Do Brasil, foi a segunda a adotar a política de cotas. Já no cenário pelotense, boa parte dos professores que lecionam em escolas se formou nos cursos de licenciatura e na Faculdade de Educação. Além disso, um dos seus pesquisadores está cotado para receber um Prêmio Nobel. “A gente só cresce”, comemora Hallal. Dentro dessa semana de comemorações, segundo ele, duas notícias foram muito bem-vindas: a primeira foi a boa colocação da UFPel no ranking das melhores universidades do Brasil (13ª) - “Isso é muito para nós”, justifica; a segunda foi a aprovação da proposta de plebiscito - por parte do Conselho Universitário (Consun) - para decidir a adesão ao projeto Future-se, demostrando a democracia interna.

Quem faz a Universidade
Neste 8 de agosto, 49 pessoas receberão os títulos de Mérito Universitário. A pneumologista Ana Menezes, do Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia, é uma delas. Para ela, ser indicada pela comunidade acadêmica para receber a maior honraria que um professor pode obter é “uma grande distinção”. Essa homenagem é estendida a todas as pessoas com as quais ela vem convivendo ao longo dos anos e, particularmente, à Faculdade de Medicina (Famed), onde ela realizou a graduação como médica e desenvolve as atividades docentes, assistenciais e de pesquisa. O sentimento é de missão cumprida, tanto para ela, quanto para a universidade, que contribui para formar uma sociedade “instruída, harmônica e justa”. Agora, diante de um cenário difícil, cabe à comunidade acadêmica da UFPel continuar lutando pela universidade pública, gratuita e democrática.

De braços dados com a comunidade
A proximidade entre a UFPel e a população pelotense é clara. Os serviços de assistência são incomparáveis, na visão do reitor Pedro Hallal. Dentro de todos eles, a Faculdade de Odontologia está presente em 14 UBSs do município e pode ser destacado. Só em 2018, foram mais de 48 mil procedimentos de maneira gratuita. Por ano, são mais de mil pacientes atendidos nas clínicas de cirurgia, e a cada mês são feitos de cinco a oito mil procedimentos, também sem custo ao paciente. A Odonto também oferece o serviço de reabilitação com próteses obturadoras para pacientes mutilados por cirurgia oncológica ou anomalias congênitas, bem como atendimento de saúde bucal a quem tem necessidades especiais. O Centro de Diagnóstico de Doenças da Boca (CDDB) emite, anualmente, mil laudos anatomopatológicos. “A gente se vira com o que tem”, declara o diretor Evandro Piva. Cleusa Machado aguardava nos corredores da FO a sua mãe, Ana Maria, ser atendida. O tratamento teve início em março e, se depender dela, vai até o final.

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