Trânsito
Os perigos dos cruzamentos das ruas de Pelotas
Sem alcance de visão, motoristas se veem obrigados a arriscar na hora de avançar na via, provocando acidentes
Foto: Jô Folha - DP - Mesmo com legislação proibindo estacionar a menos de cinco metros da esquina, boa parte dos motoristas ainda não respeita
Qual motorista de Pelotas já não encara o desafio de avançar o carro em uma esquina por não ter visão suficiente, para cruzar uma via preferencial? A decisão de acessar a rua ou atravessá-la deve ser em fração de segundos e ter muita segurança de que não há veículos trafegando pelo trecho naquele momento. Mas nem sempre a confiança é o melhor guia e o resultado são colisões com danos materiais. Conforme o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), estacionar em esquinas, e a menos de cinco metros do alinhamento da via, está cometendo infração média, conforme o inciso I, artigo 181 e pode custar quatro pontos na Carteira Nacional de Habilitação, multa, com medida administrativa de remoção do veículo.
Embora seja uma norma, basta dar uma volta pelas principais ruas do Centro para ver que ela não é respeitada. A consequência são carros quase invadindo a pista perpendicular. Quando o perigo é iminente, o resultado são freadas bruscas e muitas buzinas, com a conclusão de que no trânsito, qualquer distração pode acabar em acidente. O secretário de Transporte e Trânsito (SMTT), Flávio Al Alam, diz que não existe obrigação do Município de sinalizar o recuo nas esquinas. "Todo motorista deveria saber que não pode estacionar a menos de cinco metros das esquinas. Em alguns casos colocamos, além dos cinco metros, sinalização e às vezes com uma proibição maior, com destinação a motos para facilitar a visibilidade, como por exemplo nos cruzamentos das ruas Voluntários com Santa Cruz e Santa Cruz com Sete de Setembro, entre outras", afirma. Mesmo assim, o primeiro endereço registrou um acidente e o segundo três, somente este ano, conforme levantamento da Secretaria.
A sinalização a que o secretário se refere pode ser conferida na rua Andrade Neves com Pinto Martins, um ponto crítico, mas que com a sinalização horizontal melhorou a visibilidade para os condutores. Um acidente foi registrado no local este ano. Outro ponto crítico, mesmo com ambas as ruas largas, é na Voluntários da Pátria com Santos Dumont, onde este mês um acidente envolveu cinco veículos. Este não foi o único pelos registros da SMTT. Ao todo foram cinco, só com danos materiais, ou seja, o que resulta lesões não está contabilizado.
Já em ruas estreitas, como Major Cícero e Doutor Cassiano, a dificuldade de visão é ainda maior. O prestador de serviço Marcelo Aires Bitencourt, 49, reconhece que em muitas esquinas foram feitas melhorias, mas em outras, a dificuldade de cruzar é grande e o temor por causar acidente aumenta a insegurança do motorista, o que consequentemente, atrasa todo o fluxo de veículos que estão atrás. "A gente sabe que a solução para o problema seria a fiscalização, mas também estou ciente que não tem como colocar um agente de trânsito em cada esquina de Pelotas", ponderou. A alternativa seria mesmo a conscientização de motoristas em respeitar os cinco metros. "Já me vi em situações em que o trânsito na via principal estava intenso e eu precisei avançar para conseguir contornar à direita. Mas é sempre um perigo", reconhece o motorista que estava pela Cassiano tentando entrar na Marechal Deodoro.
Nesse local, a SMTT registrou um acidente este ano. Conforme levantamento dos cruzamentos da Doutor Cassiano entre a avenida Presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira e até a Marcílio Dias, há registro de acidentes na avenida Juscelino (2), na Alberto Rosa (1), na Gonçalves Chaves (4), na Deodoro (1) e na Marcílio (2). Conforme Al Alam, a maioria das colisões sem danos - que é o tipo de ocorrência registrada pela Secretaria - acontece em esquinas. O trecho campeão de ocorrências fica longe do Centro. Está nas Três Vendas, mais precisamente na avenida 25 de Julho com avenida Fernando Osório, com 13 ocorrências (veja imagem). O secretário explica que a fiscalização é feita cotidianamente pelos agentes que patrulham as ruas da cidade.
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