Saúde

Pacientes aguardam há quase um ano para iniciar tratamento da hepatite C

Medicamentos para tratar a doença, distribuídos pelo Ministério da Saúde, não chegam a Pelotas desde o mês de março de 2018

Carlos Queiroz -

Cento e cinquenta pessoas aguardam, atualmente, para iniciar o tratamento da hepatite C em Pelotas. O caminho até a cura se inicia somente quando os medicamentos chegam à cidade, o que não ocorre desde março de 2018. A situação é comum em todo o país e a distribuição depende do governo federal, via Ministério da Saúde. Trata-se de uma doença crônica, e sem a medicação - de custo elevado, estimado em torno de R$ 200 mil - o paciente vai se debilitando física e psicologicamente.

O tratamento dura de 12 a 24 semanas, conforme o genótipo do vírus e a extensão da doença, e é realizado de acordo com o Protocolo Clínico de Diretrizes Terapêuticas para Hepatite C. A chance de cura é alta, de 95% a 98%, e os medicamentos usados atualmente são o daclatasvir, sofosbovir, ribavirina e interferon peguilado.

Hoje, 150 pelotenses com parecer judicial favorável aguardam a chegada dos remédios. Para aqueles que já iniciaram o tratamento, os fármacos não estão em falta. A União procede a compra, enquanto o Estado distribui aos órgãos que fazem o atendimento dos pacientes. Em Pelotas, o Centro de Aplicação e Monitorização de Medicamentos Injetáveis (Cammi) é o responsável pela entrega. O órgão funciona no Ambulatório da UFPel e, assim como no restante do país, na unidade a medicação chegou até junho de 2018, informa a coordenadora e responsável, farmacêutica Mariane D’Avila Vecchi. O repasse àqueles com deferimento administrativo pelo Estado é feito mensalmente e esses indivíduos são monitorados e acompanhados.

“Aqui a gente faz um monitoramento todos os meses, quando a pessoa vem buscar a medicação. Aí fazemos exame de sangue, observamos a aparência. Por isso que não é possível iniciar um tratamento sem os remédios”, explica ainda o farmacêutico Alfredo dos Anjos Bohm.

O que diz a Coordenadoria
A atual coordenadora regional de Saúde, Rode Hartwig, confirma a falta de medicamentos para a hepatite C em Pelotas. “A informação repassada aos estados sobre o reabastecimento dos medicamentos refere que os processos de compra ainda não estão concluídos”, diz.

O que diz o MS
Em nota emitida no mês passado, o Ministério da Saúde confirmou que a última distribuição de medicamentos ocorreu em março de 2018. A pasta afirma também que 15 mil tratamentos foram adquiridos em dezembro e devem chegar aos municípios até o fim deste mês. Está previsto um novo pregão para aquisição de 50 mil novos tratamentos de diversas combinações.

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