Volta às aulas

Pais e responsáveis formam grandes filas na Central de Matrículas

Serviço no Centro de Pelotas tem registrado aglomerações de quem busca vagas ou transferências em escolas públicas

Foto: Carlos Queiroz - DP - Mais de 200 famílias ainda não buscaram informações sobre a escola para quais os filhos foram destinados


Uma fila gigantesca se formou em frente à Central de Matrículas, em Pelotas, na manhã desta quarta-feira (1º). A quadra da rua Andrade Neves, entre Major Cícero e Senador Mendonça, foi tomada por pais e responsáveis que buscam uma vaga para os filhos na rede pública de ensino ou transferência para escolas mais próximas de casa. A aglomeração, que dobrava a esquina, teve início ainda durante a madrugada, aumentando no começo da manhã.

Moradora da Sanga Funda, Andreza dos Santos, 28, era uma das pessoas que estava desde cedo na fila para tentar uma transferência para a filha de quatro anos. A intenção é conseguir uma vaga no seu bairro. "Ela foi destinada para uma escola no bairro Getúlio Vargas. Estou aqui, enfrentando essa fila enorme e não consegui vaga. E como fica? Estou grávida e, mesmo depois que o bebê nascer, como vou levar ela nessa distância toda", questionava.

Já Daiane da Rosa Cunha, 40, reclamava uma vaga para o filho, que recém concluiu o 5º ano na Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Núcleo Habitacional Getúlio Vargas. Como esta é a última etapa disponibilizada pela instituição, agora aguarda para saber onde o ensino terá continuidade. Segundo ela, tradicionalmente as crianças que concluíam o 5º ano na Emef eram transferidas automaticamente para a escola Mário Meneghetti, o que não teria ocorrido agora. A preocupação é ampliada porque o filho tem Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH). "Ele está fora da escola e por isso vim pleitear uma vaga, coisa que não consegui em escola nenhuma. E preciso que seja mais próximo de casa, pois há momentos em que preciso buscá-lo em sala de aula em razão das crises", argumenta.

Transferências são pedido mais comum

Assim como Andreza, várias mães, pais e familiares tinham demanda parecida, por transferências das crianças para escolas dentro do bairro onde residem. Caso de Delacir Ribeiro, 64. "Colocaram a menina em uma escola lá no bairro Getúlio Vargas. Mas sei que tem vaga no Caic do Pestano. O problema é que não consigo ser atendida. Vim na semana passada e também não me atenderam", conta. Já Amanda Mota de Muro, moradora do Dunas, diz que desde o ano passado tenta substituir a matrícula da filha de seis anos, encaminhada para a Escola Areal, por local mais próximo.

Em situação mais delicada, Adriana Kluge, 37, do bairro Santa Terezinha, afirma estar atrás de uma vaga para o filho que completa oito anos em agosto e até o momento não conseguiu frequentar a escola. "Vim na quinta-feira e na sexta-feira e não consegui nada. Na segunda-feira consegui ficha, mas o problema continuou, sem resolução. Estou aqui de novo e dessa vez nem ficha eu consegui. Enquanto isso, já perdi três dias de trabalho."

Alta demanda em alguns bairros, diz Prefeitura

Questionada com relação às reclamações de pais e responsáveis por conta das matrículas fora dos bairros de origem dos alunos, a Secretaria Municipal de Educação e Desporto (Smed) afirma que, embora até o momento não haja constatação de falta de vagas na rede pública, muitas vezes não há a disponibilidade nas escolas próximas à residência da família.

"Isso acontece porque nós estamos vivenciamos em vários bairros da cidade a explosão de conjuntos de condomínios e uma mudança grande de famílias de um bairro para outro e muitas vezes a gente não consegue comportar. Nos últimos dois anos, só no bairro Fragata, a informação que temos é de que foram instalados 11 novos condomínios e as escolas permanecem as mesmas. Não houve construção de escolas proporcional ao número de condomínios que vem se construindo nos bairros. Isso acontece no Fragata, no Sítio Floresta e em inúmeros locais da cidade. Então acontece que muitas vezes nós não temos a vaga numa determinada região da cidade", argumenta a secretária Adriane Silveira.

A gestora afirma ainda não haver informação sobre déficit de vagas em escolas públicas de Pelotas das redes municipal e estadual, já que as matrículas e encaminhamentos seguem acontecendo. Segundo a Smed, até o momento foram inscritos 4.725 alunos para vagas de 1º a 9º ano e, até esta quarta, 214 famílias ainda não haviam procurado a Central de Matrículas para saber a designação de escola dos filhos. A pasta aponta que, para estes anos, o encaminhamento é tanto para escolas do Município, quanto para do Estado. Ainda conforme a Smed, foram também 1.935 inscritos para vagas de pré-escola, de responsabilidade do Município. Destes, 66 famílias ainda não buscaram a Central para definição destas crianças para alguma escola.

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