Ele viralizou nas redes sociais como a figura de quatro patas que deixou evidente o companheirismo capaz de ser oferecido pelos animais para com as pessoas. O vira-lata Alemão, que seguiu o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e ficou, durante dias, à espera de Luisinho, um morador em situação de rua, em frente ao Pronto-Socorro de Pelotas (PSP), tem enfrentado dias difíceis. Após passagem por dois lares temporários, nos últimos meses o cão vagava pelas ruas e, na semana passada, foi atropelado. Para ajudar no tratamento, uma mobilização busca auxílio para arcar com os custos.

Em setembro do ano passado, a imagem de um cachorro sentado em frente à porta do PSP chamou a atenção de muitas pessoas. Após seu dono ter sido internado, vítima de agressões, o cão Alemão segue em busca de um lar. Devido às sequelas neurológicas causadas pelo politraumatismo e Traumatismo Crânioencefálico, Luisinho seguiu para uma casa de acolhimento, onde deverá permanecer permanentemente.

Sem uma moradia definitiva, Alemão passou a viver na rua e em diversas oportunidades foi visto amarrado junto a um corrimão de escada, na antiga sede da CTMR, próximo à avenida Fernando Osório. A cena chamou a atenção da doceira Fabiane Mattos, que durante um dia de temperaturas próximas aos 40ºC, soltou o animal. "Passou-se uns dias, fui novamente e o Alemão estava acorrentado, com uma corrente cortando o pescoço e o soltei", conta. "No mesmo dia, pessoas disseram pra eu trazer ele para o Centro, que era zona de conforto dele. Só que ele não sente mais isso e voltou para a rótula". Ela afirma que, embora a vontade de ajudar, é impossibilitada de levar o animal para casa, uma vez que já acolhe cinco cachorros.

Na quarta-feira da última semana, através das redes sociais, Fabiane descobriu que Alemão foi atropelado e nenhuma ajuda havia sido oferecida. "Corri para lá, resgatei ele e levei para uma clínica". A partir de resultados dos exames foram constatados rompimento no baço, fratura no fêmur, além de complicações nos rins; o direito não apresenta mais atividade e o esquerdo está comprometido devido à colisão.

Demanda alta de recursos

Junto com os machucados graves vieram os custos do tratamento. E não são poucos. Cada diária custa R$ 180,00, além de um ultrassom no valor de R$ 270,00. O primeiro procedimento cirúrgico chegou a R$ 2.175,00 e cobriu uma esplenectomia - cirurgia para a retirada total do baço -, além de anestesia geral e procedimento na hérnia diafragmática, também comprometida.

A próxima etapa incluirá uma cirurgia no fêmur. Entretanto, para que seja possível realizar o procedimento, outros exames deverão ser feitos, gerando novos custos. "Acredito que ela fique perto do valor da outra cirurgia. Já ouvi outras histórias de fratura de fêmur no valor de R$ 2 mil", afirma a doceira.

Anteriormente, as doações através de Pix estavam sendo realizadas diretamente para o consultório veterinário responsável pelo tratamento. Entretanto, devido ao alto custo de diária e o atendimento com ortopedista ser realizado de forma terceirizada, o apoio pode ser direcionado a Fabiane, que tem respondido pelo animal. "Com muita dor, o meu amigo, que é um guerreiro, ainda precisa de ajuda. Conto com cada um e, como digo pra todos que colaboram e que tem vergonha de doar R$ 1,00, qualquer valor importa", destaca. "Espero que muitas mentes venham a ser mudadas a partir da história do alemão e do Luisinho, pois nenhum animal merece ser abandonado ou passar por isso", finaliza.

Como ajudar o Alemão

Pix: 53 981503325 - Fabiane de Sousa Mattos