Para incentivar a economia solidária nos municípios gaúchos, a Assembleia Legislativa lançou o Manual da Economia Solidária. O intuito do projeto é explicar a importância econômica e a quantidade de empregos gerados pelo incentivo deste âmbito comercial.

O projeto foi lançado em dezembro do ano passado e agora começa a ser apresentado nos municípios, partindo da Zona Sul. Após Rio Grande,  Pelotas foi a segunda cidade a receber a cartilha. O projeto é coordenado pelo deputado estadual Zé Nunes (PT), que esteve na tarde desta segunda-feira (19)  na Universidade Católica de Pelotas explicando o funcionamento, em uma conversa com a presença de profissionais da economia e de associações de produtores e consumidores, além de autoridades.

Segundo o parlamentar, a ideia da apresentação é preparar o público e ser um instrumento para o uso das prefeituras. Em um capítulo, o manual inclusive apresenta um modelo de lei municipal a ser elaborada. "Até existem muitos destes empreendimentos, mas não são vistos", explica.

O deputado também destacou a importância de dialogar com uma forma diferente de fazer economia, em especial nos tempos de crise. Para ele, a cartilha trabalha principalmente a cooperação como elemento central, além da autogestão nos projetos a serem desenvolvidos. "Queremos abrir diálogo com os municípios para aplicá-la", apontou o deputado.

Dentro da realidade de Pelotas, Nunes destacou as características da produção regional em áreas de trabalhos cooperativos, como produção doceira, pesca e agricultura familiar, para explicar como pode ser maximizada a produção cooperativa e solidária. Para ele, o município precisa dialogar com estes âmbitos sociais para fortalecer estes projetos e fomentar ainda mais a economia local.

No município
O Núcleo de Economia Solidária e Incubação de Cooperativas da Universidade Católica de Pelotas (Nesic - UCPel) ajudou a promover o lançamento do manual na cidade. O coordenador do núcleo e professor do Direito e Serviço Social, Tiago Nunes, destacou a importância da visita para fomentar a política de criação de economias solidárias no município.

O Nesic já atua neste segmento, tendo um grupo de trabalhadores com uma perspectiva de desenvolvimento territorial local, baseando-se no princípio de autogestão, solidariedade e sustentabilidade ambiental. Para o professor, a chegada do manual tem uma importância fundamental em tempo de crise na geração de empregos no país. "É um momento de criar saídas", definiu, destacando a importância de legislações voltadas a estas práticas.

De olho no apoio
A feira Bem da Terra é um dos projetos que fazem parte do Nesic. A coordenadora Mara Ribeiro explicou que sua associação é formada por trabalhadores cuja produção vem das próprias mãos. Além de artesãos, agricultores familiares e produtores urbanos fazem parte do grupo. Com apoio das universidades pelotenses, realizam feiras itinerantes para vender seus produtos desde 2004.

Mara diz receber com entusiasmo a chegada do manual. "Pode nos ajudar a ganhar direitos", comemorou, destacando a importância do apoio dos poderes públicos e também da sociedade pelotense no andamento de tais projetos.