Transporte coletivo
Passagem de ônibus subirá para R$ 5,00
Novo valor passa a valer a partir de domingo, em Pelotas; em dois meses, preço da tarifa será reavaliado
Carlos Queiroz -
Mais uma vez irá pesar no bolso do usuário. A partir de domingo (13) ficará mais caro andar de ônibus nas zonas rural e urbana: a tarifa terá um reajuste de 11% e sobe para R$ 5,00. Em dois meses, prefeitura e Consórcio do Transporte Coletivo de Pelotas (CTCP) voltam a sentar à mesa para reavaliação do preço. De um lado, a expectativa por medidas que possam permitir a redução do valor, como o possível repasse do governo federal aos municípios pela gratuidade dos idosos acima dos 65 anos de idade. A ação, entretanto, ainda depende de aprovação da Câmara dos Deputados. De outro lado da balança, o novo anúncio da Petrobras de aumento de 24,9% no óleo diesel, que pressionará ainda mais os custos do sistema.
"Nem imaginamos o que vamos fazer agora. As nossas contas já não fechavam mesmo com a tarifa aumentando para R$ 5,00, precisávamos que fosse R$ 5,50 e, agora, com o diesel mais caro, a pequena recuperação irá se perder", admite o secretário-executivo do Consórcio, Enoc Guimarães. E, ao se referir ao sistema como "colapsado", o advogado conta que os cerca de 25 mil litros que seriam adquiridos no final desta semana foram cancelados pelas distribuidoras, na tarde desta quinta-feira (10), após o aviso dos novos preços dos combustíveis. "Estávamos pagando em torno de R$ 5,00 o litro. Agora subirá para uns R$ 6,25. Teremos que analisar todo o cenário de novo", preocupa-se.
O subsídio liberado pelo Executivo desde o mês de novembro, equivalente a R$ 0,25 por passageiro pagante, deixará de ser depositado novamente. Com o novo valor da tarifa a partir de domingo, o suporte financeiro do município permanece em vigor apenas até este sábado (12).
A voz do usuário
Se as empresas começam a colocar na ponta do lápis o preço mais pesado do diesel, os usuários também saltam ao tomar conhecimento que a nova passagem entra em vigor neste domingo. "Já tá uma careza. Mesmo que seja R$ 0,50 a mais em cada deslocamento, sempre pesa no orçamento, ainda mais que tô voltando a estudar e vai ter aula presencial", afirma a moradora do Posto Branco, Elisângela Rodrigues, 33. E reforça o coro das pessoas que nos últimos meses mantêm as queixas sobre a demora na circulação dos ônibus. "Chego a ficar uma hora esperando".
Quem também lamenta o aumento da tarifa é a trabalhadora de Serviços Gerais, Gláucia Joelma Valente, 53. "Tá tudo cada vez mais caro. Só o nosso salário que não aumenta. Hoje a gente vai no supermercado e R$ 100,00 já não é nada. A sacola sai quase vazia", desabafa a moradora da Bom Jesus, no bairro Areal.
Outros temas que estão em pauta e poderiam aliviar o sistema:
- Retirada gradual dos cobradores: Ainda não tem data certa para o projeto de lei chegar à Câmara de Vereadores, mas o esboço do texto já está pronto e uniu técnicos da Secretaria de Transporte e Trânsito e representantes do Sindicato dos Rodoviários e do Consórcio. Pela proposta, os cobradores seriam retirados gradualmente durante o período de cinco anos. Os profissionais com contratos ativos atualmente teriam os empregos assegurados.
Os desligamentos só poderiam ocorrem em cinco situações: por justa causa, acordo legal entre as partes, aposentadoria, por iniciativa do próprio trabalhador e por falecimento, claro. "Começaremos a retirada dos cobradores por linhas que têm baixo fluxo em feriados e domingos", exemplifica o secretário Flávio Al-alam. A prefeitura, em parceria com o Consórcio, se compromete em realizar cursos profissionalizantes para que os cobradores interessados possam migrar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) da categoria B para as categorias D e E, para que estejam aptos a se transformarem em motoristas de ônibus e caminhões, se assim desejarem.
- Ressarcimento pela gratuidade dos idosos acima dos 65 anos: O projeto de lei já foi aprovado pelo Senado Federal e, agora, depende da aprovação na Câmara dos Deputados para que o governo federal possa passar a ressarcir os municípios dos valores que não entram no caixa das empresas de transporte coletivo em função da gratuidade dos idosos acima dos 65 anos. A estimativa é de que aproximadamente R$ 4,1 milhões poderiam ser liberados à cidade de Pelotas por ano. "São ações de receitas extratarifárias que a gente poderia jogar na planilha de custos operacionais e, eventualmente, conseguir baixar a tarifa", projeta Al-Alam, com cautela, após a notícia do novo reajuste do diesel.
- Resíduo acumulado nos cartões: A destinação dos recursos que se acumulam nos cartões - ao longo de mais de um ano -, sem ser gastos na totalidade, é mais uma das alternativas em estudo. A Procuradoria-Geral do Município analisa a possibilidade. A estimativa é de que cerca de R$ 300 mil sejam arrecadados por mês com os créditos.
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