Aumento

Pelotas volta à lista dos 100 municípios com maior índice de Aids

No dia internacional do combate à doença, Rio Grande do Sul tem a maior mortalidade do País

Foto: Rodrigo Chagas - Ascom - Município voltou a ter aumento no número de casos da doença

Por João Pedro Goulart
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(Estagiário sob supervisão de Lucas Kurz)

No Dia Internacional do Combate à Aids (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida), os números da região não são bons. De acordo com dados divulgados na quinta-feira (30) pelo Ministério da Saúde, relativos ao novo Boletim Epidemiológico de HIV/Aids 2023, Pelotas voltou a figurar no ranking entre os municípios com mais de 100 mil habitantes com mais casos de Aids no Brasil, ocupando o 64º lugar. O Município havia saído da lista no ano passado. Em 2021, Pelotas ocupava a 67º posição no ranking. Além disso, conforme boletim, o Rio Grande do Sul teve a maior mortalidade por Aids no Brasil, ficando em primeiro lugar também entre as capitais.

Além de retornar ao ranking de cidades com maior índice de Aids, os dados expostos revelaram que a manutenção na média de infectados foi de 288 pessoas em Pelotas, superando os dois últimos anos. A taxa de mortalidade também aumentou, passando de 5,85 para 6,4 por cem mil habitantes, o que corroborou a posição da cidade na lista. De acordo com a Secretária de Saúde, Roberta Paganini, atualmente em Pelotas existem 2.550 pacientes com retirada regular de medicação antirretroviral no Serviço de Atendimento Especializado (SAE). Os pacientes são moradores de Pelotas e região. Sobre as informações do boletim, a secretaria informou que ainda não conseguiu analisar os dados, portanto não consegue fazer uma análise cuidadosa sobre o tema.

Rio Grande

A situação não é a mesma em Rio Grande. De acordo com a secretária de Saúde de Rio Grande, Zelionara Branco, houve uma redução no número de casos novos e óbitos por Aids. Em comparação ao ano anterior, houve uma diminuição de 56 novos casos de aids, até o momento. A taxa de mortalidade também caiu neste ano, atingindo 24 casos, sendo que em 2022, foram 41 mortes no total. "Ano a ano, Rio Grande vem tendo uma redução no número de casos", afirmou a secretária.

A secretária salienta que em Rio Grande existe acesso ao tratamento em todas as unidades de saúde. Buscar o diagnóstico, fazendo os exames de rastreamento, é importante para evitar um agravamento do quadro e desenvolvimento da Aids. "O tratamento está disponível em toda rede. Na rede, nós temos as Unidades Básicas de Saúde, o Serviço Especializado, que fica no Posto 4, dentro da Coordenação IST-Aids, e também o Hospital Universitário de Rio Grande, que é referência no tratamento da Aids", apontou.

O que você precisa saber sobre a Aids

De acordo com o Ministério da Saúde, a Aids é a doença causada pela infecção do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV é a sigla em inglês). O HIV ataca o sistema imunológico, que é responsável por defender o organismo de doenças.

Aids x HIV

Aids não é a mesma coisa que o HIV. A Aids é uma síndrome causada pelo vírus do HIV e acontece quando a pessoa infectada começa a ter o sistema imunológico danificado, afetando na habilidade do organismo lutar contra outras doenças. A infectologista Danise Senna, esclarece que a Aids é o progresso da doença por baixa imunidade. "HIV é quando você pegou recentemente. Em uma evolução de em torno de cinco a dez anos, você tem desenvolvimento de Aids", realçou a especialista.

Transmissão

A transmissão do vírus acontece principalmente por relações sexuais (vaginais, anais ou orais) sem o uso de preservativo. "Outras formas de transmissão são transfusão com sangue contaminado, que é mais raro, ainda a transmissão de mãe para filho se durante a gestação não houver o tratamento adequado", disse a infectologista.

Testes

Para diagnosticar o HIV, utilizam-se exames de sangue, como sorologias, exames iniciais e confirmatórios. Com isso, é possível detectar ou descartar a presença do vírus no organismo, assim como os anticorpos desencadeados. "O mais eficaz é o ELISA de quarta geração, mas pode fazer diagnóstico por teste rápido", afirmou.

Tratamento

O tratamento, hoje em dia, está muito mais facilitado. Pelo Sistema Único de Saúde, é possível conseguir acesso a todas as medicações sem custo. A especialista afirma que o tratamento preferencial atualmente é com três drogas retrovirais, dois comprimidos por dia, que visa impedir a progressão da doença para a AIDS. "O tratamento é crônico, para toda vida, mas bem simplificado".

Prevenção

Existem algumas estratégias de prevenção, como o uso de preservativo em todas as relações sexuais do início ao fim. Outra forma de prevenção é tratar outras doenças sexuais vaginais ou penianas (sífilis, gonorréia, úlcera, etc.) que aumentam o risco de transmissão do vírus. No mais, existe a Profilaxia Pós-Exposição (PEP), que é a utilização da medicação antirretroviral após qualquer situação em que exista risco de infecção com HIV, e a Profilaxia Pré-Exposição (PREP), que é o uso diário de comprimido.

Dados de Pelotas

HIV - 57 novos casos

Aids - 59 novos casos

Mortes - 33 óbitos por Aids

(Dados retirados do sistema de informação de agravos de notificação, em 30 de novembro)

Dados de Rio Grande

Novos casos de Aids

2022 - 154

2023 - 98*

*até 31 de outubro

Faixa etária mais acometida

21 a 50 anos - 79.2% casos

Sexo mais acometido

Sexo masculino - 56.5%

Feminino - 43.5%

Mortalidade por causa básica Aids

2022 - 41 casos

Coeficiente de mortalidade/100 mil habitantes: 19,63

2023 - 24 casos

Coeficiente de mortalidade/100 mil habitantes: 11,37



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