O tempo chuvoso que começou na última quinta-feira (11), e se estendeu ao longo da sexta-feira, foi sinônimo de alívio na barragem Santa Bárbara. Ao todo, o acumulado de chuva foi de 142 milímetros, o que aumentou o nível de água no local, responsável pelo abastecimento de 60% do município. Na região central e no Porto de Pelotas, o aguaceiro tomava conta de calçadas e de ruas, deixando os bueiros submersos na manhã da sexta-feira.

A medição do Sanep na quinta-feira apontava menos 4,40 metros; já no dia seguinte, o nível subiu para menos 3,58 metros - são 82 centímetros de recuperação na barragem. Apesar disso, a autarquia ressalta que a situação não é das melhores. O chefe do Departamento de Tratamento do Sanep, Vinicius Gonçalves aponta que o acumulado representa um grande ganho no reservatório, mas ainda não é o suficiente. Na última semana de maio, 83 milímetros de chuva foram responsáveis pelo aumento em 17 centímetros no nível da Santa Bárbara; Gonçalves lembra que é disso que a cidade precisa: uma sequência de chuvas. “A barragem é muito grande e por isso demora. Alguns pontos estão totalmente secos, como o Passo do Cunha”, explica.

Se depender da média de chuvas registrada em abril e maio, o problema causado pela estiagem deve se alongar para além do inverno. “A gente vai acabar passando do final do ano nessa situação”, afirma o chefe do Departamento. De acordo com o Centro de Pesquisas e Previsões Meteorológicas da Universidade Federal de Pelotas (CPMET/UFPel), as chuvas do período se aproximaram da média climatológica e a previsão é que as as precipitações podem ficar dentro da média no período de inverno entre junho e agosto.

De novembro para cá choveu cerca de 450 milímetros em Pelotas, quando o número esperado era três vezes maior. Conforme explica a autarquia, a estiagem fez o Sanep aumentar em quase 500% o número de residências abastecidas com caminhão-pipa na zona rural.

Escoamento melhorou em alguns pontos, em outros segue crítico

Nas últimas duas semanas, 400 bueiros em mais de cem quadras na região central da cidade passaram pela limpeza de desobstrução, o que permite um melhor escoamento. Já na zona do Porto e Balsa, a cena era comum aos moradores: calçadas submersas pela água, com a passagem liberada apenas pelo meio da via. Os desavisados, no entanto, eram poucos, e a grande maioria saiu de casa munidos de capas e guarda-chuvas. 

Em uma padaria na zona do Porto, o movimento foi baixo por conta da chuva na manhã de sexta. “O escoamento por aqui é sempre ruim, o que atrapalha o movimento”, contou um dos funcionários, Cristian Moraes. Mesmo com a baixa no fluxo de clientes, dessa vez a mudança climática foi celebrada. “Estamos agradecendo, a barragem precisa disso”, completou.

Faltam sete dias para o inverno

Neste final de semana, a chuva deve dar tchau para Pelotas, enquanto as temperaturas mais baixas tomam conta da região, rumo a um inverno mais gelado que os anteriores. O CPMET/UFPel indica um predomínio de temperaturas um pouco mais baixas no início da estação e um final com temperaturas mais amenas. Sábado e domingo amanhecem com geada, com as temperaturas mínimas entre 0ºC e 4ºC. Confira a previsão para os próximos dias: