Protesto

Pelotas tem ato em solidariedade ao povo palestino

Manifestação no Calçadão pede apoio à causa e fim da guerra com Israel

Foto: Carlos Queiroz - DP - Manifestantes pediam por liberdade à Palestina e classificam como genocídio a retaliação de Israel à Faixa de Gaza

Centenas de pessoas se manifestaram no final da tarde de quinta-feira (26) no chafariz do Calçadão, em Pelotas, para um ato em solidariedade ao povo palestino. Convocados por representantes da comunidade palestina e organizações políticas, os manifestantes pediam por liberdade à Palestina e classificam como genocídio a retaliação de Israel à Faixa de Gaza após a ofensiva do Hamas no último dia 7 de outubro.

A disputa entre o Hamas e Israel já vitimou milhares de civis palestinos na Faixa de Gaza. Apesar de condenar os ataques do Hamas, os manifestantes consideram que os israelenses promovem uma política de apartheid ao povo palestino enquanto ampliam seu território na região.

Natural da Cisjordânia, o professor da UFPel Jabr Omar considera que o estado de Israel promove uma política de limpeza étnica contra os palestinos e que os desdobramentos do conflito são inéditos na história recente, com a destruição de hospitais e o corte no fornecimento de alimentos, água e energia. Para ele, a única saída possível é pacífica, seja através da criação de dois estados independentes ou um estado único. "Nós não vamos tirar eles e não vão nos tirar de lá. As ações têm que ser direcionadas para convivermos de maneira pacífica e em harmonia", diz, pontuando a necessidade da aplicação dos princípios do direito internacional para a mediação do conflito.

Filho de pais palestinos e com dupla nacionalidade, o jovem Yousef Amer foi um dos organizadores do ato. Segundo ele, atos em solidariedade aos palestinos ao redor do mundo buscam chamar atenção para um lado oculto da guerra, em que civis, em sua maioria mulheres e crianças, são as maiores vítimas. "Se tudo continuar na Palestina, com certeza teremos outros atos", diz.

Entenda

O conflito entre judeus e muçulmanos no Oriente Médio é milenar, com a disputa de territórios na região por diversos povos, como os hebreus e os filisteus, dos quais israelenses e palestinos descendem. Ao longo dos séculos, após diversas guerras e ocupações, esses povos foram expulsos, retomaram terras e as perderam sucessivamente.

A atual distribuição territorial se dá após o Holocausto, na 2ª Guerra Mundial, seguido da formação da Organização das Nações Unidas (ONU) e a criação do estado de Israel. Ao longo das últimas décadas, o território de Israel foi se expandindo, fazendo com que palestinos fossem perdendo espaço, restando apenas a Faixa de Gaza e a Cisjordânia.

O Hamas é um grupo político palestino formado na década de 1980 que contesta a legitimidade da ocupação dos israelenses na região e defende a extinção do Estado de Israel. Considerado um grupo terrorista pela União Europeia e pelos Estados Unidos - mas não pelo Brasil -, o Hamas domina a Faixa de Gaza e promoveu uma ofensiva contra Israel no dia 7 de outubro.

Os ataques do Hamas a Israel deixaram mais de 1,4 mil mortos, enquanto a retaliação israelense já deixou mais de 7 mil mortos somente na Faixa de Gaza, um estreito de 365 quilômetros quadrados entre Israel e o Mar Mediterrâneo, fazendo fronteira com o Egito.

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