Barulho alto

Perturbação nas madrugadas cresce no Areal

Som alto, festas e até rachas têm tomado conta do trecho entre o Instituto de Menores e a rua Comendador Dias Mazza

Carlos Queiroz -

Nos últimos meses, as madrugadas, em especial nos finais de semana, não têm sido fáceis para os moradores da avenida Domingos de Almeida, no trecho entre o Instituto de Menores e a rótula da rua Comendador Dias Mazza, no bairro Areal, em Pelotas. Relatos, cada vez mais frequentes, apontam que festas, música alta e até mesmo disputas de rachas e arrancadas trazem ainda mais perturbação e insegurança a quem vive por ali.

Em uma dessas noites, uma mulher, que não quis se identificar, diz que ligou 57 vezes à Brigada Militar (BM), sem ser atendida. Ela mostra também um vídeo, gravado após as 5h, em que escapamentos de motos e música alta ecoam pela via. Em uma publicação nas redes sociais, outra pessoa desabafa: “Hoje são 5h50min da manhã e ainda está bem alto o som (...) a janela do meu quarto fica vibrando devido à altura do som”, diz a reclamação. À reportagem do Diário Popular, o morador Lucas Gonçalves lamenta: “É bem ruim, terça, quinta, fim de semana. É gritaria, sujeira, correria nas calçadas”, reclama, dizendo que a filha pequena acaba tendo dificuldades para dormir devido ao barulho de arrancadas e buzinas.

Outra moradora relata, desapontada, a falta de respeito pela qual já passou. “Uma vez deixaram até uma pessoa bêbada deitada na minha calçada”, conta. Diz que sua avó, falecida recentemente, não conseguia dormir. Agora, passa pela mesma situação com a filha pequena. “Ela fica com medo dos sons das motos”, conta, apontando que, por vezes, às 7h, quando sai para trabalhar, ainda têm pessoas aglomeradas nas ruas. Segundo ela, quando conseguiu contato com a BM, a pessoa ao atender o telefone disse que não poderia deslocar nenhuma viatura, a não ser que ela aguardasse pelos policiais na rua.

Ao caminhar, às margens da via, é possível perceber diversas garrafas de cerveja, vodka e energético espalhadas. Segundo os moradores, é comum, pela manhã, que o lixo esteja também na porta das casas, assim como urina e outros excrementos.

O que dizem as autoridades
Em nota, o 4º Batalhão de Polícia Militar (4º BPM), através do tenente-coronel Paulo Renato Scherdien, diz que “a questão do som alto depende de vários fatores, dentre eles a presença da vítima que, ao chegar a guarnição, tem que ser qualificada e identificada para fins judiciais. Além disso, é importante verificar questões como a segurança dos moradores da região, dos policiais militares e também dos frequentadores da aglomeração.” Sobre as operações em locais específicos, diz que é dada uma ordem de prioridade dentro da demanda do Batalhão, mas que sempre são despachadas viaturas. Ele ainda pontua que são realizadas ações integradas e ações de policiamento.

Quanto à falta de atendimento do 190, o comandante diz que por vezes a demanda é grande, com mais de 200 ligações por turno, com os mais diversos teores, incluindo trotes. Além disso, indica que o cidadão pode se dirigir ao Batalhão ou aos postos, localizados na rua Almirante Barroso e nos bairros Laranjal e Fragata. Ele afirma que o não atendimento também pode ser motivado por problemas de conexão nas prestadoras de serviços.

Já a Guarda Municipal (GM), através da comandante Cíntia Aires, diz que atende aos chamados de acordo com a disponibilidade e suas atribuições. Quanto ao local específico, ela conta que já foi alvo de operações e que um estabelecimento comercial da região chegou a ser interditado. “É importante que as pessoas denunciem esses estabelecimentos quando alguma situação do tipo ocorre. O telefone 153 da GM está sempre disponível para atender a população”, afirma a comandante.

Segundo a assessoria de Comunicação da prefeitura de Pelotas, a perturbação do sossego na região citada será levada para discussão nas reuniões de planejamento das Operações Integradas, para que medidas efetivas possam ser realizadas no local. “Precisamos de mais informações, da colaboração da população, para que nossa ação seja mais efetiva. Os telefones da BM, GM e agentes de Trânsito são o caminho para as denúncias”, relembra a comandante. Quando ocorre situação de alta velocidade, ela diz que a demanda é da BM e dos agentes de trânsito, e a orientação é informar a Central pelo telefone (53) 99118-8402.

Em relação aos rachas
Segundo o titular da Secretaria Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT), Flávio Al-Alam, esse local entra no escopo de todas as fiscalizações feitas pelas avenidas e ruas da cidade. Uma das reclamações dos moradores está relacionada com a retirada de um redutor de velocidade perto do Instituto de Menores, mas, segundo o secretário, ele foi apenas diminuído durante a requalificação do asfalto. No entanto, um novo deverá ser instalado.

No entanto, ele lamenta que a prática de racha acaba se tornando itinerante, conforme a fiscalização aperta o cerco. “Eles escolhem novos lugares para praticar os atos. Temos trabalhado intensamente para combater isso e precisamos do apoio da população através de denúncias, sempre que verificarem esse tipo de ocorrência”, conclui Al Alam.

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