Saúde

Pesquisa aponta que 41,4% de 299 jovens não têm vacinas em dia

Pesquisa do Ambulatório da UCPel foi realizada com 299 adolescentes de dez a 19 anos durante a primeira consulta

Gabriel Huth -

A necessidade de implantação de políticas públicas para estimular jovens e familiares ao acesso à informação e a importância de manter o calendário de imunização atualizado é apontada no perfil da situação vacinal na primeira consulta de adolescentes no Ambulatório de Pediatria e Hebiatria da Universidade Católica de Pelotas (UCPel). O estudo foi realizado entre setembro de 2014 e julho de 2017, com 299 jovens de dez a 19 anos, e concluiu que 41,4% dos participantes não estão com as vacinas em dia.

Os adolescentes integram o grupo prioritário do Ministério da Saúde no Programa Nacional de Imunizações pela elevada suscetibilidade de contraírem doenças que constam no calendário vacinal previsto até os 19 anos. Segundo a professora de Pediatria da UCPel e médica de adolescentes (hebiatra), Milene Saalfeld, é importante verificar na primeira consulta a situação do paciente e encaminhá-lo para a atualização das vacinas, se for o caso. Além disso, o médico deve estimulá-lo para as próximas imunizações.

Os jovens ganham no primeiro contato com o médico do ambulatório da UCPel a Caderneta de Saúde do Adolescente, distribuída pelo Ministério da Saúde em duas versões: para meninas e meninos. A carteira traz várias dicas relacionadas à saúde, direitos que constam no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), mudança do corpo na puberdade, sexualidade, uso de preservativo, gravidez, entre outros, além do calendário de vacinação.

Consultas
As consultas no ambulatório da UCPel, situado no Campus Saúde, que funciona nas antigas instalações da Clínica Olivé Leite, na avenida Fernando Osório, devem ser marcadas diretamente no local ou encaminhadas pela rede básica de saúde. Cinco jovens são atendidos ao dia, totalizando 150 ao mês, informa Milene. Ela reafirma a importância dos pais e familiares observarem se o calendário de vacinação é seguido nessa faixa etária, em que normalmente tais procedimentos são ignorados.

Observa que os cuidados de uma forma geral vão até os 12 anos, idade limite de atendimento por pediatras. Depois dos 18 passam a ser vistas por clínicos gerais e nesse interim há um certo desconhecimento sobre as imunizações a serem feitas e os jovens ficam mais expostos a doenças de riscos pelo comportamento próprio da idade.

"O objetivo é que continuem o atendimento, porque essas doenças vão influenciar na vida deles para sempre", assinala a médica, ao se referir à pesquisa feita, que envolveu também o trabalho da professora Rosângela de Mattos Müller e da acadêmica Carolina Real Cappellaro.

A assistente administrativa Paula Catarina Bueno, 50, está sempre de olho em tudo que diz respeito à saúde das filhas. Chaiane Bueno dos Santos, 19, foi a única em casa a não ser imunizada contra o HPV por não estar mais incluída na faixa etária da vacinação na rede pública. As demais vacinas próprias da adolescência têm todas, garante a mãe.

Não é mesmo caso de Nathalia Telleche, 18. Conforme a avó Maria da Graça Telleche Teixeira, foi o pai quem cuidou mais da jovem, pois a mãe trabalhava fora e ele, como autônomo, tinha mais flexibilidade nos horários para atender a filha. Admite que por desconhecimento, a jovem não tem o calendário vacinal completo.

Dados municipais
Não foi possível confrontar os dados da pesquisa com os oficiais do município, que lança diretamente as informações locais na plataforma do Ministério da Saúde (MS). Segundo informações da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), não há como gerar relatório do período sem acessar o sistema, que geralmente fica uns dias fora do ar sempre que o MS atualiza.


Resultado
O estudo aponta que:
- 21,4% não estavam com o calendário em dia
- 20% desconheciam totalmente, não tinham carteira e se tinham não sabiam onde estava
Total: 41,4% de adolescentes não estavam com a vacinação em dia

Público pesquisado
- 299 jovens, sendo 51,5% meninas e 9,03% já sexualmente ativos
- 86,6% - De dez a 14 anos
- 13,3% - De 15 a 19 anos

Vacinas na adolescência
- Hepatite B
- Meningite Meningocócica tipo C
- HPV
- Tétano
- Rubéola
- Gripe
* Febre amarela, no caso de viagens para áreas de risco

 

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