Estudo

Pesquisa realizada por alunos aponta desafios do trânsito em Rio Grande

Estudantes da Escola Sylvia Centeno Xavier repassaram à prefeitura demandas de mobilidade apontadas pela população

Divulgação -

Aprendizado em sala de aula, possibilidade de mudar a realidade sobre segurança e mobilização urbana na cidade de Rio Grande. Um projeto da Ecosul realizado por alunos do sexto ano da Escola Municipal Sylvia Centeno Xavier, localizada na Ilha dos Marinheiros, buscou apontar os problemas de trânsito nos arredores da instituição. Conversando com moradores, foi possível apontar possíveis soluções para os desafios enfrentados. A pesquisa chegou às mãos da prefeitura, que afirma que no próximo ano realizará a implantação de sinalização no distrito.

A ação foi desenvolvida através do projeto Ecoviver, um trabalho educativo e artístico que possui o objetivo de estimular a conscientização ambiental nas comunidades e em alunos do Ensino Fundamental. Em 2021, a iniciativa aconteceu em 12 escolas da cidade e, no distrito da Ilha dos Marinheiros, envolveu a turma do sexto ano do ensino básico. A professora de português e coordenadora do projeto na escola, Sônia Nickel, explica que temas como regras de trânsito e convívio entre motoristas e pedestres eram ministrados durante as aulas e a curiosidade sobre a realidade na prática levou à realização da pesquisa. "Ela foi pensada e protagonizada pelos estudantes e a sugestão de ir adiante e fazer também foi deles", conta.

O objetivo era atingir todos os habitantes da Ilha, com população estimada em 1.400 pessoas. Entretanto o número reduzido de estudantes não propiciou que a ação fosse de maior porte. Ao todo 45 moradores foram ouvidos, entre familiares de alunos e vizinhos. Temas como avaliação de segurança no trânsito na frente da escola, dispositivos adequados para melhorar a segurança e a opinião sobre a necessidade de calçamento da via foram abordados pelos 17 alunos que serviram como aplicadores do questionário junto à população.

Como resultado, além de entender melhor sobre trânsito e os cuidados de pedestres, ciclistas, sinalização e rotas, chegou-se a dados sobre o que os moradores desejam. A pesquisa mostrou que 31 entrevistados avaliaram como perigosa a via em frente à escola, em termos de trânsito, o equivalente a 69% dos votos. O outro questionamento àqueles que não consideram o local seguro foi de qual seria o melhor dispositivo para garantir mais segurança e as opiniões se dividiram entre lombada (35%), mais placas de sinalização (35%), lombada e placas (11%), faixa de pedestre (8%) e faixa de pedestre mais as placas (6%). "De uma forma geral a gente consegue perceber que todos eles indicam que algum dispositivo de segurança precisa ser colocado", avalia Sylvia.

Outro quesito, que para a professora foi visto como surpresa, foi o tópico sobre calçamento da rua, que atualmente é estrada de chão. A resposta foi quase unânime: 88% dos entrevistados querem que a via seja calçada. "Nos pegou de surpresa porque 40 moradores sugeriram que se fizesse o calçamento. Essa é uma diferença que também conversamos em sala de aula, que o calçamento é diferente da pavimentação. O calçamento trabalha de acordo com o quanto o ecossistema se move e a pavimentação pode ser mais prejudicial à natureza".

Como avaliação das atividades, a professora afirma que com o resultado outras turmas sugeriram que gostariam de participar. "De uma forma geral eles entendem que a questão do trânsito na ilha é muito importante. Eles têm várias reclamações, não só a falta da sinalização, mas a velocidade, os finais de semana em função Lagoa das Noivas, onde há aglomeração de carros estacionados", cita. Entre os exemplos de relatos dos estudantes, ela conta que um aluno apontou que automóveis mal estacionados na estrada da Ilha impossibilitam os ônibus de passar pela via. "Foi algo que chamou a atenção e ele chegou indignado. Inclusive um aluno refletiu: 'e se fosse o caminhão dos bombeiros que precisasse chegar em alguma casa para prestar assistência?", finaliza.

Transformação em política pública

A pesquisa foi levada à prefeitura, como forma de sugestão para melhorias no setor de mobilidade. Conforme pontua o secretário de Mobilidade, Acessibilidade e Segurança, Anderson Castro, os projetos voltados para a segurança, seja ela pública ou viária, são imprescindíveis e importantes, principalmente oriundos da comunidade escolar. "Entendo que a mudança da sociedade se dá a partir de dentro das famílias. As crianças são vetores de transformação e quando são bem instruídas e motivadas a fazer a mudança, como no caso aqui, eles estão motivando as crianças a começarem a fazer a diferença".

O titular da pasta afirma ainda que a prefeitura tomou conhecimento das demandas, estas que foram ao encontro de ações da prefeitura, que atualmente realiza levantamento das necessidades de moradores locais. Questionado sobre o ponto crucial levantado por grande parte da população na pesquisa dos alunos, a sinalização está próxima de ser resolvida. "Eles têm necessidade de sinalização. Nunca teve, não tem e é insuficiente. Então a gente está trabalhando internamente e para o próximo ano faremos os esforços para melhorar a sinalização de chegada na Ilhas, de curvas e velocidade".

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