O Plano de Mobilidade Urbana da cidade de Pelotas está prestes a sair do papel. Iniciado em 2017, com a formação da equipe de técnicos, o trabalho será apresentado à população às 14h desta quinta-feira (25), no Salão Nobre da prefeitura. O intuito da audiência pública é colocar o material à disposição da comunidade para discutir alguns pontos do projeto e sanar dúvidas. São mais de cem ações que contemplam os sete itens relacionados ao transporte a pé, transporte por bicicleta, transporte público, transporte motorizado individual, transporte motorizado de cargas e à conexão regional.

O estudo foi elaborado a partir de um diálogo dos profissionais com cerca de 500 moradores e entidades de diversos bairros da cidade. Reclamações e sugestões foram ouvidas para que 107 ações que integram o plano fossem definidas. As propostas, segundo o arquiteto e coordenador da equipe técnica Evaldo Krüger, são respostas aos anseios da população. "Todas as ações propostas respondem ao que foi feito no diagnóstico", pontua. Por isso, o convite à audiência é aberto a qualquer pessoa. O material foi, inclusive, encaminhado para todos que participaram da investigação.

Por existirem tantas ações no projeto, Evaldo explica que apenas alguns pontos serão discutidos na audiência pública. A comunidade deve questionar e apontar o que julgar necessário. Porém, ele ressalta que o plano reflete a Política Nacional de Mobilidade Urbana (PNMU) do governo federal, que dá prioridade ao transporte não-motorizado, seguido pelo coletivo. O trabalho vai ser dividido em etapas. A primeira parte ficará para 2020, ano final da gestão da prefeita Paula Mascarenhas (PSDB). Depois, os horizontes se ampliam para 2024, 2028 e além de 2028.

O diagnóstico
Cada item possui um conjunto de ações específicas. Durante o diagnóstico nos bairros, por exemplo, a dificuldade de locomoção a pé foi destacado. Para tanto, calçadas precisam ser construídas. A falta de acessibilidade para portadores de deficiência poderá ser resolvida através da adequação de vias e melhorias das que já são adaptadas. Um conjunto de propostas para a área central de Pelotas foi pensada, de modo a permitir a interligação de trechos adaptados e, consequentemente, o tráfego. Os 55km de ciclovias, que atualmente são espalhados pela cidade, serão conectados e qualificados para, posteriormente, passarem por uma ampliação.

São 26 planos de ações destinados ao transporte coletivo. Considerando que 80% da rede urbana já é pavimentada, a meta é investir no restante, a fim de completar os 100%. A ampliação das faixas exclusivas é destaque junto com a melhoria da qualidade e conforto dos ônibus, umas das principais queixas dos usuários. Já o transporte de cargas, feito de maneira fracionada e completa, gera muitas discussões e demandas por parte dos transportadores. Por isso, a ideia é criar um porto seco, ou seja, um local de estacionamento, que visa regular a chegada de cargas. Apenas veículos com menos de dez metros de altura poderão circular dentro da cidade. O restante, por sua vez, vão transitar por um caminho alternativo que contornará a área central.

O transporte individual é o item mais amplo. Pelotas possui 40 pontos de congestionamento, sendo que os dois principais ficam na avenida Bento Gonçalves, entre Marcílio Dias e a Juscelino Kubitschek, e a Fernando Osório, no trecho que vai da Salgado Filho até Dom Joaquim. A ideia é desenvolver alternativas para aliviar o fluxo intenso. A criação de medidas que versa a segurança no trânsito, com o objetivo de reduzir o número de acidentes e mortes, também é outro ponto importante do projeto.

Itens abordados no projeto
- Transporte a pé
- Transporte por bicicleta
- Transporte público
- Transporte motorizado individual
- Transporte motorizado de cargas
- Conexão regional

Algumas das ações
- Transporte a pé: execução de calçadas nos bairros - adaptar vias e melhorar os trechos já adaptados
- Transporte por bicicleta: qualificar e conectar as ciclovias - aumentar a rede de ciclovias
- Transporte público: ampliação das faixas exclusivas - melhoria da qualidade e conforto
- Transporte motorizado individual: alternativas para aliviar o fluxo - medidas de segurança no trânsito
- Transporte motorizado de cargas: criação de um porto seco - contorno da área central