Na noite desta quinta-feira (28), a ponte da Estrada da Gama, que passa sobre a barragem Santa Bárbara, cedeu e foi interditada. Segundo a prefeitura de Pelotas, a estrutura veio a baixo após as fortes chuvas que afetaram o município nesta semana. O local está interditado por tempo indeterminado e motoristas que utilizam o acesso ao município precisarão mudar de rota.

As intensas precipitações dos últimos dias deixaram alguns estragos pela cidade, entre eles a queda da ponte, localizada no início da zona rural do município. O local, além de ser um dos acessos à cidade, é muito utilizado pelos moradores da região. De acordo com a prefeitura, a construção de madeira foi construída para aguentar 15 toneladas, mas o tráfego de veículos que ultrapassam o limite de peso pode ter abalado a estrutura.

O agricultor Jaques Hartwig, 34, que passa diariamente pelo trecho, conta que havia passado na estrada cerca de 30 minutos antes da ponte ceder. "Fui levar minha mãe para fazer uma injeção e vim aqui pra fora. Passei por ali e, na volta, o meu irmão que tinha passado ali antes me ligou e disse que a ponte tinha caído. Aí eu tive que ir pela faixa [BR-392]", conta.

Hartwig mora no bairro Santa Terezinha, mas diariamente pega a Estrada da Gama para ir até a residência dos pais, no Passo do Cunha. Segundo ele, há um tempo já era notável o mau estado da ligação. "Eu passei de carro e achei ela bamba. Todos os dias passam caminhões de peso, e como a ponte já muito antiga… A estrutura estava podre, é perigoso porque ali passa ônibus escolar", complementa.

Já o engenheiro civil Élcio Venzke, 41, soube do acontecido pelas redes sociais, através de grupos de mensagens. Para ele a estrutura parecia estar em bom estado. "Eu também uso diariamente, mas às vezes vou por outro caminho. Aparentemente estava em bom estado, até pouco dias atrás a prefeitura fez uma manutenção na parte superior. A minha pergunta é: será que não foi feita uma análise estrutural da parte inferior?", questiona.

Sem acesso, moradores precisaram mudar a rota
Segundo a Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), a estimativa é de que aproximadamente 50 famílias residam na região da Estrada da Gama, moradores que agora terão que mudar a rotina. Hartwig conta que o caminho da sua casa até a residência dos pais, pelo trajeto da ponte, é de sete quilômetros. Pela faixa o percurso aumenta para 13 quilômetros. "Agora diariamente vou ter que fazer um trajeto maior, gastar mais gasolina e ir pela BR, o que eu acho mais perigoso. [Afeta] também pro pessoal que mora aqui, porque até ali a Santa Terezinha é um pulinho, até para ir no mercado. Muita gente sai daqui de fora para ir até o mercado lá e agora vai ter que fazer toda uma volta maior", diz.

Venzke utiliza a estrada e a rodovia para a grande maioria de suas atividades do dia a dia, como deixar as filhas nas escolas, a esposa no trabalho e ir para o seu serviço. O caminho pela a Estrada do Gama é o mais prático. "A interdição não afeta diretamente, porque eu tenho outros acessos para chegar até a minha residência. Mas dependendo das condições da estrada, eu levo uns dez minutos a menos", explica o engenheiro.

Obras na localidade
De acordo com a SDR, equipes realizaram a manutenção da ponte recentemente, com a instalação de reforço no madeiramento. A pasta afirma que, devido aos estragos causados pela chuva, será necessário reconstruir a estrutura da ponte. Ainda segundo a Secretaria, os trabalhos já foram iniciados na manhã de hoje (29), mas não há previsão de entrega. A estimativa é de que a obra custe R$ 150 mil.

Com o local interditado, quem precisar passar pelo trecho, vindo do viaduto da Fenadoce, deve acessar a BR-392 e sair à direita, dobrando no posto de combustíveis. Aqueles que estiverem no sentido Sítio Floresta-barragem devem ingressar na avenida 25 de Julho, no acesso a Pelotas.