Problema

Pontilhão no Areal Fundos é interditado

Após constatado que parte da cabeceira havia desabado, Prefeitura bloqueou o trecho; ainda não há previsão para o início da obra de recuperação

Foto: Jô Folha - DP - Ainda não há previsão para o início das obras

Após denúncia de que parte da cabeceira de um pontilhão que liga a avenida João Gomes Nogueira, no Areal Fundos, à estrada do Cotovelo, nas Três Vendas, desabou e estaria colocando em risco motoristas que utilizam a via, a Prefeitura de Pelotas interditou o local na segunda-feira (20). Cavaletes e camadas de aterro dos dois lados permitem apenas o trânsito a pé, já que um terço da estrutura se mantém intacta. Mesmo com o material para intervenção depositado na ponte, ainda não há previsão para o início das obras.

O autônomo Israel Cavalheiro, 40, conta que há tempos a travessia apresenta problemas de infraestrutura e que moradores do local acabam por recuperar de forma paliativa. "Passam muitos caminhões por aqui, pois tem mais três comércios de areia mais adiante. Além disso, como a via liga a estrada do Cotovelo com a Boa Vista, a mesma serve de escoamento para quem mora no Getúlio Vargas e Sanga Funda e trabalha no Laranjal ou Areal, por exemplo."

O produtor rural Leonel Fonseca, 61, tem uma propriedade na estrada da Boa Vista e por anos luta pela melhoria dos pontilhões sobre os canais Passo Fundo e Catita. Por vezes ele realizou mutirões, forneceu todo madeiramento para a travessia, mas por não haver manutenção, a estrutura se deteriora. "Faz 25 dias que a situação está calamitosa. Um vizinho que tem uma máquina conseguiu fazer uma tapeada, mas a água veio, abriu um metro e meio de borda e a madeira ficou trincada", explicou. Fonseca lembra que nesses dois pontilhões houveram mortes e, como está a situação atual, é tragédia anunciada.

Já foi cogitado a possibilidade de proibir o tráfego de caminhões pesados. "Ocorre que ali é uma área de comércio de areia, fundamental para a construção civil, e gera empregos, além de moradores. Não tem como considerar mais área rural", aponta. A indignação está também com o desleixo do local. Lixão a céu aberto, canais com odor bastante forte, além das condições da estrada. "A máquina passa uma vez a cada 80 a 90 dias", garante. Leonel ainda é do tempo em que havia uma linha de ônibus que fazia o Areal Fundos até a Boa Vista. Atualmente, o transporte coletivo não chega ao final da avenida Gomes Nogueira. Para o morador a solução seria uma ponte de concreto com duas vias, sendo que já foi feito orçamento, buscou-se apoio, mas a Prefeitura disse que era inviável.

O que diz a Prefeitura

A Secretaria de Serviços Urbanos e Infraestrutura bloqueou o acesso dos dois lados da ponte na segunda-feira. O trecho foi sinalizado pela Secretaria de Trânsito e Transporte para evitar que ocorresse algum incidente com veículos ou caminhões, visto que a ponte está com problemas estruturais. Já a Secretaria de Serviços Urbanos e Infraestrutura (Ssui) incluiu no seu cronograma de manutenção de pontes para ser realizado após conclusão de uma que já está em andamento de recuperação na área rural, avariada após os incidentes naturais em função do ciclone. A previsão é deslocar a equipe nos próximos dias para este local. Enquanto isso, o desvio de quem precisa acessar a estrada da Boa Vista é via estrada do Costa até a da Granja.

Situação na zona rural

Na zona rural, as pontes ainda sofrem efeitos dos temporais de setembro. Segundo o engenheiro civil da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), Antônio Viana, o cronograma está com uma defasagem, pois com as chuvas esporádicas alguns serviços são interrompidos em razão da elevação do nível dos arroios e, em outros momentos, atender novas ocorrências. Porém, locais como a ponte Hatlebem estão quase concluídos, faltando apenas a colocação dos trilhos como podem observar na foto abaixo.

Das pontes prejudicadas com o ciclone de setembro, quatro ainda não foram reconstruídas: ponte do Scaglione, ponte da Taquara, Ponte da Costa do Arroio Grande e Ponte da Gratidão. Segundo Viana, três delas necessitam do equipamento bate-estacas o que neste caso se torna mais lento a sua conclusão pois dependemos também do nível das águas.

Uma das mais afetadas, a ponte do Quilombo ainda aguarda a diminuição do nível da água para ser trocada, após reforma breve para retomada do fluxo de veículos. "Iniciaremos o corte da madeira nos próximos dias, mas também a exemplo das demais, necessitamos a diminuição do nível das águas pois nesta ponte necessitamos a utilização do bate-estacas. Serão necessários o corte de 28 estacas e 25 vigas." Já na ponte da colônia Z-3, o engenheiro diz que ainda é necessário refazer os espelhos das cabeceiras da pista de entrada à colônia. A pista de saída está com trafegabilidade e está sendo usada para entrada e saída. "Tão logo consigamos restabelecer as condições nas outras pontes iremos atuar nesta. Também será necessário contar com o nível da Lagoa."

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