A partir desta segunda-feira (16) o projeto de extensão Hortas Urbanas - Construindo uma Cidade Sustentável Através de Tecnologias Sociais, da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), expandirá ainda mais suas práticas. Dessa vez, quem vai contar com o serviço de orientação são os moradores do condomínio Roraima, no Sítio Floresta.

Por lá, ocorrerá muito diálogo entre moradores, estudantes e professores. Com o objetivo de tornar Pelotas uma cidade mais sustentável, o grupo irá auxiliar a comunidade na plantação, prestando assistência e oferecendo oficinas sobre diversos assuntos relacionados à prática. De acordo com a coordenadora e professora do curso de Geografia, Giovana Mendes de Oliveira, inicialmente os orgânicos serão para consumo das famílias que residem no local. Posteriormente, servirão para movimentar a renda dos moradores.

A ação teve início na Unidade Básica de Saúde (UBS) Osório, no Porto. Não demorou a se expandir para a Associação de Moradores da Cohab Tablada e para a UBS Py Crespo. Na Tablada, cerca de 20 pessoas estão envolvidas diretamente com o plantio. A comunidade participa doando resíduos para fazer a compostagem, plantando, regando e até comercializando os produtos em uma feira semanal que ocorre na própria Associação.

Quem participa ativamente do projeto é Ilanda Jandt, 69. Ela conta como aprendeu a fazer a compostagem, mistura que garante o não uso de nenhum produto químico. "Aqui é tudo orgânico." Além dos aprendizados, a costureira aposentada passou a ter uma qualidade de vida melhor depois do contato com a área verde. "O contato com as plantas resolveu a minha insônia", contou.

Atualmente, a área conta com espécies diversas como couve, pepino, rúcula e inúmeros temperos, além de algumas ervas medicinais, como a babosa. A presidente da Associação, Sônia Macedo, 56, agradece a colaboração de toda a comunidade e afirma que a vontade é expandir cada vez mais a iniciativa. Mesmo já tendo uma noção básica de como manter uma horta, a monitora escolar diz serem essenciais os ensinamentos prestados pela UFPel. "Aprendemos como combater as pragas e também como não desperdiçar", completou.

Acadêmico do sétimo semestre de Geografia, Samuel Fernandes, 24, participa do projeto de extensão desde o início, em 2017. Por ser um assunto bem familiar, visto que sempre teve horta em casa, o jovem viu a oportunidade de unir duas paixões: sustentabilidade e espaço urbano. "O projeto é capaz de tornar Pelotas mais sustentável através do plantio urbano", disse. Com orgulho por poder estudar em uma instituição pública e gratuita, Samuel se sente grato por poder retribuir à comunidade o que aprende em sala de aula.

Em função de o projeto ser interdisciplinar, os cursos de Nutrição, Gastronomia, Engenharia Civil e Enfermagem também estão presentes. Esses acadêmicos colaboram com oficinas de diversos assuntos em suas respectivas áreas. "Aqui trabalhamos coletivamente", definiu Giovana.