Patrimônio

Prédio da Santa Casa é tombado como Patrimônio Cultural Material

O certificado foi entregue na manhã desta quinta-feira pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional

Gabriel Huth -

Atualizada às 19h31min

O prédio da Santa Casa de Misericórdia, erguido na segunda metade do século 19, passa a integrar o Conjunto Histórico de Pelotas. O certificado de tombamento como Patrimônio Cultural Material foi entregue na manhã desta quinta-feira pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A expectativa é de que o reconhecimento não se restrinja ao ato formal para ter um documento em mãos. Com o título, espera-se que a busca por verba seja facilitada e garanta a preservação do imóvel.

Após cerimônia no Salão Nobre, o diretor do departamento de Patrimônio Material e Fiscalização do Iphan, Andrey Schlee, também fez um dos anúncios mais aguardados pela comunidade cultural de Pelotas nos últimos anos: até o final de 2018 deve estar definida a empresa que irá realizar a restauração interna do Theatro Sete de Abril, fechado desde março de 2010 - leia mais nesta página.

Ao se manifestar durante a solenidade, Schlee foi enfático: “Haverá um esforço grande do Iphan para, a partir de agora, poder construir caminhos para apoiar a Santa Casa. Nós iremos juntos buscar recursos sobretudo nas leis de incentivo do Estado ou na Rouanet”, garantiu. E reforçou: “É muito fácil tombar. Difícil é o outro dia”.

Entre passado e futuro, a memória
A criação de um Memorial para preservar e valorizar a trajetória de 171 anos da Santa Casa foi apresentada para o diretor do Iphan. A fase ainda é de captação de peças para o acervo e catalogação do material. Fotos, documentos e plantas que remetem à época da construção do prédio; desde as tratativas com Dom Pedro II.

Objetos e aparelhos antigos, como o pulverizador asséptico usado na sala de cirurgia em 1888. Livros de visitantes, que se transformam em confirmação de presenças ilustres, como a Princesa Isabel, que esteve em missa na capela, em um domingo de fevereiro de 1885.

“Precisávamos fazer muito com pouco e começamos a percorrer os setores do hospital em busca de objetos que pudessem contar esta história”, destaca a arqueóloga Beatriz Castro Montoito. Na sequência, vieram doações de familiares de antigos funcionários e médicos da instituição. E a busca por preciosidades ainda não se encerrou. A expectativa é de que o espaço inaugure no primeiro semestre de 2019. Ao tomar conhecimento da iniciativa, o arquiteto pelotense Andrey Schlee não escondeu o otimismo. E, por mais de uma vez, destacou a importância de valorização da memória. “Só vamos conseguir avançar pro futuro quanto mais mantivermos as bases para preservação do passado”. E, ao usar as palavras cuidado e carinho, chegou a mencionar a possibilidade de o Iphan doar entre 400 e 500 livros editados sobre temas como restauro, que pudessem se converter em renda para a Santa Casa investir no próprio Memorial.

Obras do Sete devem sair do papel
A restauração interna do Theatro Sete de Abril deve, finalmente, começar a sair do papel nos primeiros meses de 2019. Ao menos a empresa que irá assumir a obra deve ser definida até o final deste ano. A afirmação foi feita pelo diretor do Iphan, na manhã de quinta-feira: “A garantia é de obra contratada ainda este ano. A cidade merece e é um compromisso do Iphan”. Andrey Schlee também garantiu que o órgão fará o mesmo esforço com relação ao prédio do Grande Hotel.

Ao visitar o espaço que já começa a receber o acervo do Memorial da Santa Casa, Schlee falou sobre o orçamento restrito para investimentos em projetos espalhados por todo o território nacional: de R$ 18 milhões, por ano. Um sofrimento na hora de avaliar e decidir onde os recursos serão injetados.

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