Incentivo

Prefeitura fomenta crescimento da cadeia produtiva de ovos

Junto a outros setores, Secretaria de Desenvolvimento Rural busca adesão de mais produtores à rede avícola de criação de galinhas fora de gaiola

Em Pelotas, a procura de ovos de galinhas criadas fora de gaiola é maior do que a oferta. Para suprir a demanda, zelar pelo bem-estar animal e pelo abastecimento do mercado com ovos de qualidade, a Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) busca a adesão de mais produtores para fortalecer a rede avícola diferenciada, que está se consolidando na zona rural e, atualmente, conta com três empreendedores.

Estamos organizando o setor para expansão da atividade no município, com aumento do número de produtores e da produção, além de estimular os que já atuam no ramo. O desenvolvimento da rede avícola para postura de ovos de galinhas soltas visa ao atendimento do mercado”, observa o secretário de Desenvolvimento Rural, Jair Seidel, acrescentando que o sistema é uma tendência mundial, com a intenção de garantir produto de qualidade ao consumidor.

Além da prefeitura, a formação e expansão da rede conta com a participação ativa da Emater, Sebrae, Embrapa, Universidade Federal de Pelotas (curso de Mestrado em Desenvolvimento Territorial e Sistemas Agroindustriais e Faculdade de Medicina Veterinária), Sicredi, Fundo Soberano da Noruega e de produtores rurais.  

O produtor Vinícius Luiz Caprara, que possui galpões da criação localizados no Monte Bonito, 9º distrito, e o entreposto Ovos da Fazenda, no Capão do Almoço, 3º distrito, Cerrito Alegre, conta que o sistema cage free (livre de gaiolas) garante o bem-estar animal. “Nos galpões sem gaiolas, a galinha pode ciscar, empoleirar-se, bater asas ou correr. Engaioladas, só comem e põem ovos. Além disso, estudos comprovam que o ovo da ave criada livre é mais nutritivo.” O método cage free é bastante utilizado nos países mais desenvolvidos do mundo.

Criação e produção

Caprara conta com 20 mil galinhas para postura em galpão. A produção é de 19 mil ovos por dia, que são entregues ao mercado local. Cerca de quatro vezes ao dia, colaboradores da propriedade fazem o recolhimento dos ovos nos ninhos do aviário. Na parte da manhã, a produção é maior. 

Depois de recolhidos, os ovos são acondicionados em cartelas e, de lá, transportados para o entreposto no Capão do Almoço, onde entram na classificadora – máquina que limpa e realiza ovoscopia (retira os trincados e sujos). A seguir, os ovos são classificados pelo peso: jumbo, extra, grande, médio. Cada tipo tem seu mercado específico. O passo seguinte é o de embalagem, conforme o pedido.

“Aderi ao sistema de produção de ovos com galinhas livre de gaiola por considerar o bem-estar do animal e a qualidade do produto”, diz Caprara, que segue as regras de 6,5 aves por metro quadrado e preserva o número adequado de bebedouros, comedouros, ninhos e poleiros nos aviários, onde há controle sanitário, alimentação diária com ração balanceada, e água permanente para as aves. Os galpões possuem controle de luz, de temperatura e de ventilação.  

Biossegurança

Produtores locais estão com as atenções voltadas à biossegurança, que estabelece regras visando diminuir riscos de infecções e contaminações do ecossistema, com reflexos na saúde do consumidor.  

Os cuidados preventivos incluem a aquisição dos pintos de fornecedores idôneos e de granjas certificadas; a observação de sinais de saúde e bem-estar das aves; não permitir a entrada, nos aviários, de visitantes que tenham estado anteriormente com aves doentes; cuidados básicos no alojamento e durante o vazio sanitário (limpeza e desinfecção das instalações e equipamentos, após a retirada das aves).

Quem pode participar da rede?

Todo produtor de galinhas para postura pode ingressar na rede. Basta cadastrar-se na Secretaria da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Estado (Seap/RS). O segundo passo é o registro no Sistema de Inspeção Municipal (SIM). Depois, o empreendedor poderá aderir ao Sistema Unificado Estadual de Sanidade Agroindustrial Familiar, Artesanal e de Pequeno Porte (Susaf) para ampliar suas vendas para todo o Estado.

A rede avícola diferenciada, em Pelotas, conta com os empreendimentos Ovos Renascer, de propriedade de Liane Ucker, no Cerrito Alegre, 3º distrito; Ovos da Fazenda, de Vinícius Luiz Caprara, no Capão do Almoço, 3º distrito, Cerrito Alegre; e Happy Eggs, de Vanessa Semper, colônia Santa Eulália, 8º distrito, Rincão da Cruz.  

A SDR e os demais organizadores da rede estão mobilizados para atrair mais produtores, inclusive os vinculados à Cosulati, que poderão se beneficiar com a expansão dos negócios e com o retorno às atividades.

O grupo de fomento ao fortalecimento da rede avícola com galinhas livres de gaiola, de acordo com a SDR, voltará suas ações para quatro áreas consideradas chave: desenvolvimento tecnológico; criação de mercados; mudanças socioculturais; e coordenação da rede.

Primeiro abatedouro

Pelotas, em breve, abrirá seu primeiro abatedouro de aves coloniais. A SDR está tratando do projeto de instalação — aguarda apenas a licença ambiental para entrar em atividade. O empreendimento terá sede no Cerrito Alegre, 3º distrito, com capacidade de abate de 15 mil aves por dia. 

Galinhas criadas para postura mantêm-se produtivas por aproximadamente dois anos. Depois, são destinadas ao abate, em empreendimento credenciado. O Estado não conta com esse tipo de estabelecimento. As aves de propriedade de Vinícius Caprara são comercializadas com empresa de fora do Rio Grande do Sul.

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