Por Redação
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A Prefeitura de Pelotas reduziu parcialmente a falta de médicos disponíveis nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), que iniciaram o ano de 2023 com um déficit de 21 profissionais. Com a recente contratação de nove pessoas, agora são 12 as vagas que continuam abertas na rede pública. Conforme o governo, no entanto, a expectativa é preencher todas as vagas até março.

Para tentar solucionar o problema que é alvo de reclamações recorrentes da população que depende do atendimento pelo SUS nos bairros, a administração se apega a um novo padrão salarial para os médicos e à adoção de bolsas para residentes. Segundo a prefeita Paula Mascarenhas (PSDB), estes fatores têm atraído o interesse dos médicos para trabalhar para o Município. "Não medimos esforços em elaborar e defender a aprovação de projetos que ajudassem a despertar o interesse dos médicos em atuar na rede municipal e agora estamos começando a colher os resultados", avalia.

O déficit de médicos nos postos de saúde é atribuído pela Prefeitura às alterações feitas pelo governo federal nas regras do programa Mais Médicos ainda em 2019, no começo da gestão de Jair Bolsonaro (PL). Na época, municípios de médio porte - como Pelotas - tiveram suas participações barradas. A partir disso, ainda segundo o Executivo municipal, a quantidade destes profissionais nas UBSs caiu de 43 para 27 e, posteriormente, para 24.

No mesmo ano de 2019 o Ministério da Saúde lançou o Médicos pelo Brasil como substituto ao programa anterior para ampliação da oferta de serviços médicos na rede pública. Contudo, das sete vagas aprovadas para Pelotas, apenas quatro foram ocupadas. Por isso, afirma a Prefeitura, foram criadas bolsas para residentes e aumentado o valor da hora trabalhada. Com a Lei 6.754, o Município buscou tornar atrativa a participação de jovens médicos no programa e garantir a formação voltada à Atenção Primária e a Saúde da Família.

Remuneração
Como a medida não foi suficiente para acabar com a falta de médicos, a Prefeitura apresentou à Câmara de Vereadores proposta de alteração dos valores pagos pela hora trabalhada. Aprovado em dezembro do ano passado, o texto criou pagamento diferenciado para profissionais com especialização ou que atuem em UBSs da zona rural. A partir disso a hora trabalhada passou a ter valores diferenciados para cada área, com prioridade para medicina de família, saúde mental e atendimento na zona rural, variando de R$ 80 a R$110.

Quadro de médicos
Segundo o governo, nove residentes que finalizam o curso em fevereiro indicaram que pretendem continuar na rede municipal. "São profissionais qualificados para atender na Atenção Primária, então estamos otimistas com o futuro", diz a diretora de Atenção Primária da Secretaria de Saúde, Luciana Soares. "É importante ressaltar que esses profissionais estão em falta, principalmente, nas UBSs que possuem mais de uma equipe, ou seja, as unidades não estão totalmente descobertas, com exceção daquelas que possuem médicos em férias e naquelas nas quais a carga horária dos profissionais é menor", argumenta.

Atendimento de especialistas
Conforme a secretária de Saúde Roberta Paganini, em entrevista ao DP durante a inauguração da UBS Jair Bonow, na Colônia Corrientes, dentro do atendimento da Atenção Primária, o clínico geral é capaz de realizar o atendimento aos pacientes. A gestora sustenta que, caso alguma anormalidade seja apontada por este médico, ocorre o encaminhamento a um especialista. "Mesmo assim, estamos trabalhando para zerar a fila de atendimento com ginecologistas e pediatras", diz.​