Pelotas confirmou nesta terça-feira (29) o primeiro caso de dengue de 2022. Quem testou positivo foi uma mulher de 44 anos, moradora do Centro, que havia viajado para regiões que têm registrado a circulação do vírus, como os municípios de Porto Alegre, Santa Cruz, Bento Gonçalves e Arroio do Meio. A Secretaria de Saúde apura os detalhes e não descarta a possibilidade de a contaminação ter ocorrido por aqui. As equipes da Vigilância Ambiental intensificam a Pesquisa Vetorial Especial para eliminar os possíveis criadouros dos mosquitos Aedes albopictus e Aedes aegypti, transmissores da dengue, do zika vírus e da chikungunya. Desde o início do ano, 135 focos foram identificados; 83 concentrados no Simões Lopes.

Neste sábado (2), as equipes irão realizar força-tarefa no local, para tentar ter acesso às famílias que não estão em casa em horário comercial. Nos roteiros de rotina, os profissionais voltam a algumas das residências não só para ampliar as orientações, mas para verificar a necessidade de coletas de monitoramento. Foi o que ocorreu na tarde de ontem na moradia da costureira Zilá Moraes, 77, na rua Carlos Augusto Assumpção. No retorno de fevereiro, foram encontradas larvas do Aedes. "Talvez tenha ficado alguma fresta na caixa d´água", explica a aposentada, que procura adotar todos os cuidados para preservar o jardim florido, mas evitar o acúmulo de água.

Dois reservatórios colocados no chão - devidamente tampados - servem para armazenar o volume das chuvas e, depois, aguar as plantas. E não são poucas. "Tá tudo certinho", conta a agente Lucélia Gonçalves da Silva. E com a experiência de quem há cinco anos realiza as visitas domiciliares, ela reforça: não basta apenas eliminar a água parada em diferentes recipientes. Uma vez por semana é importante passar escova ou esponja nos potes, para eliminar os possíveis ovos que estejam presos à superfície.

Outras duas localidades, como Centro-Porto e Cohab Fragata também têm concentrado as atenções devido ao número de focos ativos.

Fique atento aos dados 

* Total de focos de Aedes identificados:
- Até a tarde desta terça-feira: 135
- 2021: 88
- 2020: 133
- 2019: 117
- 2018: 40

Detalhe: Para combater os mosquitos, vetores da dengue, do zika vírus e da chikungunya, é preciso que cada cidadão se envolva, já que a maioria dos criadouros é encontrada em residências. Dos focos de 2022, em Pelotas, 66% são em domicílio.

* Atualmente são 39 armadilhas instaladas em locais como a Estação do Terminal Rodoviário de Pelotas (Eterpel), empresas de ônibus e transportadoras, que podem servir como porta de entrada dos insetos devido à circulação de veículos por diferentes municípios.
* Ao todo, 277 pontos estratégicos estão na mira das equipes das Vigilâncias Ambiental e em Saúde, devido aos riscos de acúmulo de água, como borracharias, ferros-velhos e floriculturas.

Faça sua parte!

* Evite deixar água parada:
- Garrafas devem ser guardadas de boca para baixo
- No caso dos pratos de plantas e de potes de água de animais, lave uma vez por semana para eliminar possíveis ovos.
- Tampe caixas d´água e coloque água sanitária em ralos

Entenda melhor: O Aedes costuma colocar ovos em diferentes recipientes e não só em um lugar. Ao contrário do que se pensa, esses insetos têm preferência por pequenos depósitos, que possuam paredes levemente rugosas para facilitar a aderência. "Os ovos podem ficar depositados durante um ano, um ano e meio aguardando a condição propícia para eclodir", explica a médica veterinária da Vigilância Ambiental, Isabel Madri.

Chuvas acumuladas e temperaturas que oscilem, pelo menos, entre 20ºC e 30ºC são favoráveis ao desenvolvimento do mosquito.

Conheça o ciclo

- No intervalo de três a sete dias, o Aedes é considerado adulto. Em média, ele pode viver até 30 dias.

Dados e informações sobre a dengue, em Pelotas

2022: Dos 2 casos suspeitos, 1 foi confirmado
2021: 13 suspeitas - 4 casos confirmados
2020: 6 suspeitas - todas descartadas

Veja os principais sintomas:

- Dor de cabeça
- Dores musculares
- Febre acima dos 38,5ºC
- Dor atrás dos olhos
- Enjoo - ânsia de vômito

Não esqueça: "Este é um momento de alta vigilância, que requer alerta. Precisamos contar com medidas preventivas de toda a população, para conseguirmos quebrar o ciclo de reprodução do mosquito, que é vetor das doenças", enfatiza a diretora da Vigilância em Saúde, Aline Machado da Silva.

* Se você mora no Simões Lopes, agende a visita!
As equipes da Secretaria da Saúde estarão no Simões Lopes, neste sábado, das 13h às 17h. Os profissionais estarão devidamente identificados com uniformes e crachás. Além de orientações, os profissionais irão aplicar produtos contra a proliferação do mosquito. Para agendar a visita, ligue para a Vigilância em Saúde pelo telefone: (53) 3284-7759.

* Remova entulhos!
Se você não não possui condições financeiras para contratar coletora ou meio de transporte para levar os materiais para descarte correto nos Ecopontos, é possível acertar a coleta domiciliar através da Secretaria de Serviços Urbanos. Faça contato pelos telefones (53) 3229-1401 e 3283-1129 e agende o recolhimento. O material deve estar em frente da residência, na hora combinada.

Rio Grande confirma 22 focos

A Secretaria de Saúde atualizou os dados na tarde desta terça (29). O número de focos do mosquito Aedes aegypti subiu de 16 para 22 em comparação com a semana passada. Distrito Industrial, Vila Maria, São Miguel, Centro e Profilurb são os bairros com maior incidência. Desde o começo do mês, equipes da Vigilância Ambiental têm visitado várias residências. Somente entre o último sábado e a segunda-feira foram vistoriados 1.408 imóveis.

Rio Grande do Sul está em alerta epidemiológico

Desde sexta-feira (25), o Estado está em alerta epidemiológico em decorrência da dengue. Até o momento, mais de 2,2 mil casos da doença já foram confirmados no Rio Grande do Sul, em 2022. Até o final da semana passada, 193 municípios gaúchos já tinham notificado casos suspeitos.