Educação em crise

Professores do Estado decidem nesta terça se entram em greve

Integrantes do 24º Núcleo do Cpers-Sindicato defendem o começo da greve; decisão foi tomada em assembleia na manhã desta segunda-feira

Gabriel Huth -

Atualizada às 20h57min.

Professores e funcionários de escola da rede estadual de ensino decidem nesta terça (5) em assembleia geral, em Porto Alegre, se entram em greve. Se depender da vontade do 24º Núcleo do Cpers-Sindicato, em Pelotas, a interrupção das atividades é certa. A posição foi aprovada por ampla maioria, nesta segunda-feira, em assembleia regional. A manhã também foi marcada por caminhada e ato em frente ao Banrisul, na rua Marechal Floriano.

O coro era apenas um: "Sartori salafrário paga o meu salário". Sineta, apito, faixa, camisetas e cartazes também foram utilizados em protesto pela 21ª vez que o governador José Ivo Sartori (PMDB) parcelou os salários do funcionalismo. Até agora, apenas R$ 350,00 foram pagos aos trabalhadores e não há data certa para a segunda parcela - possivelmente de R$ 170,00 - ser efetuada.

Ao longo da passeata, buzinas, aplausos e braços ao alto, em apoio ao movimento, misturavam-se a outras buzinas, mas de indignação pelos rápidos instantes em que a categoria bloqueou o trânsito, na sinaleira das ruas Marechal Floriano e Andrade Neves. "Pedimos a unidade de todos para que possamos fazer o enfrentamento necessário contra este governo, que massacra os trabalhadores", afirmou o diretor do 24º Núcleo do Cpers, Mauro Amaral.

Legislação desrespeitada
Professores e funcionários voltaram a enfatizar o descumprimento da Constituição Estadual e da decisão do Tribunal de Justiça (TJ), que determinam o pagamento dos salários em dia. O desrespeito ao Piso Nacional do Magistério e a falta de reajuste salarial nos últimos anos também integraram a lista de queixas.

Os reflexos na vida do trabalhador
O tom é de desabafo. A agente educacional Marta Regina Caetano Garcia, 62, inscreve-se para falar na assembleia e torna-se porta-voz de uma angústia geral: "Me sinto agitada. As pessoas não aguentam mais. Os colegas estão adoecendo; tem gente com as geladeiras vazias e sem gás", resume. E, agarrada a um cartaz - com a frase Sartori o que estás fazendo com os trabalhadores do RS é crime -, Marta fala no drama pessoal: o marido também é servidor do Estado e enfrenta, portanto, a mesma escassez de recursos. "A situação está muito difícil. A gente precisa escolher o que vai comprar: comida ou remédio."

A programação desta terça-feira
- Em Porto Alegre: às 9h, assembleia geral da categoria, na Praça da Matriz
- Em Pelotas: os profissionais que não puderem participar do debate na capital devem se reunir, vestidos de preto, em frente às escolas para conversar com alunos e pais, nos três turnos

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