Criatividade
Projeto de caridade pendura casacos na rua para ajudar aqueles que precisam
Quem pretende colaborar pode pendurar peças de roupas que serão aproveitadas por quem tiver necessidade, contribuindo para aliviar o frio
Carlos Queiroz -
Há aproximadamente um ano eles deixaram as lojas, as paredes e os guarda-roupas para serem instalados em árvores das praças Coronel Pedro Osório e Conselheiro Maciel e do Parque Dom Antônio Zattera. Os cabides solidários, iniciativa do grupo Na Caridade Não Há Excessos, surgiram para incentivar uma doação espontânea de agasalhos. Quem pretende colaborar pode pendurar peças de roupas que serão aproveitadas por quem tiver necessidade, contribuindo para aliviar o frio das pessoas que vivem em vulnerabilidade.
Integrante do grupo de organizadores da campanha, o estudante Gabriel Juliani, 19, comenta que está sendo planejada uma revitalização dos cabides, já que alguns sofreram com ação das chuvas e estão enferrujados. Ele conta que o projeto já era desenvolvido em outras cidades brasileiras e que os locais foram escolhidos em função do grande fluxo de pessoas que possuem. “É simples, mas a repercussão nas pessoas que necessitam é muito maior. Eu diria que o esforço é pequeno, mas o efeito é enorme”, diz Gabriel. Não há um controle sobre essas doações, mas, segundo os organizadores, é perceptível o envolvimento da população, principalmente nas estações mais frias. Outra proposta que será desenvolvida é a distribuição de tonéis personalizados para arrecadar roupas. No ano passado, quando ocorreu a enchente no Laranjal, a ideia foi testada no saguão da Universidade Católica de Pelotas e os resultados foram muito satisfatórios.
O grupo Na Caridade Não Há Excessos surgiu em 2008 e é formado por aproximadamente 30 jovens de 17 a 25 anos que se juntaram para tentar ajudar a cidade e as pessoas que passam necessidade. Ações filantrópicas são planejadas em churrascos ou através do WhatsApp. Como o grupo é composto, em sua maioria, por estudantes, eles precisam dividir as tarefas para não sobrecarregar ninguém. Para Leonardo João, 19, a gratidão das pessoas, demonstrada através de sorrisos e abraços, os deixam sem palavras para descrever o sentimento que o exercício da solidariedade traz. “O que mais me move é que hoje eu tenho condições de ajudar, mas amanhã eu também posso precisar. Caso acontecesse, eu gostaria de ter alguém que me ajudasse, então me coloco no lugar dessas pessoas”, fala. Eles contam com a criatividade para desenvolver campanhas que não tenham custo alto. Em 2014, aproveitaram a onda do famoso desafio do balde de gelo e criaram o desafio da doação de sangue, onde o resultado foi uma grande corrente que alavancou o estoque do Hemocentro.
Divulgação nas redes
Na página Na caridade Não Há Excessos, no Facebook, os jovens informam quais ações serão organizadas e os seus resultados. Segundo eles, a divulgação é uma ferramenta de para atrair parceiros e centralizar doações, além de mostrar que é possível buscar a harmonia com pequenos gestos. Atualmente, a cor vermelha domina as imagens postadas na rede social, em alusão ao Maio Vermelho - parceria com o Hemocentro de Pelotas para incentivar a doação de sangue. Para os dias 30 e 31 deste mês, por exemplo, está sendo preparada uma doação coletiva, já que o estoque de Pelotas atende diversos municípios da região.
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