Beneficiar instituições filantrópicas da cidade com a criação de mobiliários é o intuito do projeto Design Social, promovido pelo curso de Design de Interiores do Instituto Federal Sul-rio-grandense (IFSul). Professores e alunos se juntam para tirar do papel ideias que farão toda a diferença na vida de quem recebe o móvel. Para o curso, fica a sensação de cumprir seu dever social.

Tudo começa com a pesquisa. O estudo faz parte da disciplina Projeto Institucional, em que os alunos são motivados a escolher uma instituição, ouvir suas necessidades e projetar ambientes que correspondam às suas expectativas. Cláudia Ribeiro, professora do curso, explica que o projeto é algo pedagógico e são poucas as vezes em que há condições de executá-lo, visto que precisa receber verba para isso. Como ele está cadastrado como um projeto de extensão, pode concorrer aos editais dessa categoria.

Neste ano foram contemplados com o dinheiro e puderam dar vida a uma criação de 2010. A aluna responsável pelo móvel já se formou, então ele foi executado pelos estudantes do projeto de extensão e pelo marceneiro do curso, que conta com oficina própria para a confecção. Dois carrinhos, um para o transporte de materiais artísticos e outro para instrumentos musicais, foram entregues ao Centro de Reabilitação de Pelotas (Cerenepe). Foram planejados para serem usados facilmente pelos alunos, que são pessoas com deficiência. Além disso, atendem às necessidades de locomoção das professoras.

A felicidade das crianças com o novo mobiliário é nítida. Junto com o móvel foram doados materiais artísticos como folhas, tintas, pincéis e cola. O carrinho de instrumentos também está repleto de oportunidades para os alunos descobrirem novos sons. A vice-diretora Rosângela D’Amore lembra que a escola é filantrópica e só chegou aos 52 anos, comemorados neste mês, graças ao apoio da comunidade. Duzentos jovens, crianças e adultos são atendidos na instituição.

Os alunos responsáveis pela projeção e execução também são beneficiados pela iniciativa. “É muito bom ver que o Design pode atingir todo mundo e não só as pessoas mais ricas”, frisa Kamila Ramson, bolsista do projeto.

O professor do curso, Alexandre Assunção, completa a fala da jovem, reiterando a questão da consciência social desenvolvida pelos estudantes. Para o docente, enxergar as necessidades de pessoas reais e não em situações hipotéticas muda o pensamento deles como futuros profissionais e como cidadãos.

Quem já foi beneficiado pelo projeto
Associação de Apoio a Pessoas com Câncer (Aapecan)
Centro de Reabilitação de Pelotas (Cerenepe)
Escola Louis Braille
Fundação de Apoio Universitário (FAU)
Instituto Nossa Senhora da Conceição