Falso-guaraná
Propriedades de fruta descobertas por pelotense
A Bunchosia glandurifera, ou falso-guaraná, teve suas especificidades mapeadas pela química Daiane Blank
Divulgação -
Uma descoberta de potenciais de uma fruta em Santo Antônio da Patrulha teve a participação de uma pelotense. Membro do Grupo de Pesquisas em Produtos Naturais (GPPN) da Universidade Federal do Rio Grande (Furg), no campus da cidade da região metropolitana, Daiane Einhardt Blank contou um pouco sobre o mapeamento das características biológicas da Bunchosia glandurifera. Conhecida também como falso-guaraná ou caferana, é comumente encontrada em forma de arbusto e desenvolve-se em diversos tipos de solo.
O interesse na pequena fruta surgiu devido aos relatos dos moradores da região, que mencionavam propriedades estimulantes, gerando mais longevidade para quem consumia. Como não havia muitos dados científicos sobre a espécie, o GPPN resolveu detalhar. Foram feitos ensaios de composição química e viram que a semente realmente possui alto teor de cafeína e sua polpa verifica alto teor carotenoide, superior a outras frutas da mesma família. Somando isso a sua estrutura química, viu-se que possuía altos valores nutricionais.
O potencial de vitamina C também é grande, embora inferior a outras similares. O teor de minerais também apresentou-se rico na semente e polpa, sendo magnésio, cálcio, enxofre e ferro alguns deles. “Ela é rica em micro e macrominerais essenciais para a dieta humana”, diz Daiane.
Aplicação
Foram buscados compostos bioativos e modificações nessas substâncias, aparecendo também como um candidato a novo fármaco. Por ter as substâncias manitol (um açúcar) na polpa e lactama (potencial antibacteriano) na semente, pode ser usado tanto na alimentação como para potencial uso farmacêutico. Agora, o resultado serve para dar novas diretrizes ao uso da fruta.
A coordenadora de Daiane na pesquisa, a doutora Neusa Fernandes de Moura, relatou ao Diário Popular que vê grande potencial mercadológico na fruta. Ela conta que uma colega de Daiane, Sara Fraga, foi quem deu a ideia de usar a fruta após estímulo da avó. A associação com outras frutas da região está sendo estudada. Já Daiane, que se formou na Universidade Católica de Pelotas (UCPel) e cursou o mestrado na Universidade Federal de Pelotas (UFPel), agora cursa pós-doutorado na Universidade Federal de Viçosa, em Minas Gerais.
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