Saúde
Radioterapia deve ser normalizada até o fim do ano
Chegada de acelerador linear ao Hospital-Escola desafogará outros hospitais que oferecem o tratamento na região
Jô Folha -
Em meio ao cenário crítico da saúde pública, brasileira e pelotense, uma boa notícia: após quase dois anos, o Hospital-Escola (HE) de Pelotas voltará a contar com radioterapia. Um acelerador linear, equipamento imprescindível para o tratamento, chegou ao local nesta semana e até o fim do ano começará a funcionar. Atualmente, 399 pacientes da região, entre aqueles que já iniciaram e quem aguarda o começo das sessões, contam apenas com o Centro de Radioterapia e Oncologia da Santa Casa de Misericórdia (Ceron), com a Santa Casa de Rio Grande e, em último caso, são encaminhados para Porto Alegre.
Foi em 2016 que a bomba de cobalto parou de funcionar e, por consequência, o acelerador linear do HE se tornou inutilizável. Em uso desde 1978, ele era considerado obsoleto pela Comissão Nacional de Energia Nuclear. O aparelho tem como função emitir a radiação utilizada em diversos tratamentos, proveniente do processo de conversão de energia elétrica em energia radiante. Com essa defasagem, a radioterapia deixou de ser oferecida no local.
Para a superintendente do Hospital-Escola, Vera da Silveira, a importância de a instituição voltar a contar com o equipamento está exatamente aí: poder ofertar a radioterapia, de forma gratuita através do Sistema Único de Saúde, como outra opção além da quimioterapia para os 399 pacientes com câncer que esperam tratamento na região - mensalmente, 90 pessoas buscam a radioterapia, em sessões contínuas que duram de quatro a seis semanas.
Como a Santa Casa de Misericórdia de Pelotas não dá conta de atender à demanda, quem precisa do tratamento acaba tendo de migrar para Rio Grande. E, quando a Santa Casa rio-grandina também atinge lotação, Porto Alegre é a saída mais próxima. Deslocamentos que são árduos para quem já lida com doença grave como o câncer. “Facilita ao paciente que ele se trate e realize exames no município onde mora.”
O retorno acelerará o tratamento de pessoas como Jorge Vargas. Diagnosticado com câncer no pescoço, ele aguarda há um mês pela oportunidade de iniciar o tratamento radioterápico - a demora é explicada exatamente pela sobrecarga ao Ceron. “A importância é muita, porque este é o único tratamento para a doença dele”, comenta ao Diário Popular o filho, Jonata.
Próximos passos
O acelerador linear deve ter a montagem finalizada no próximo sábado, dentro do Serviço de Oncologia da Universidade Federal de Pelotas. Depois, ele passará por uma série de testes, incluindo aprovação da Vigilância Sanitária e da Comissão Nacional de Energia Nuclear. Com todos os trâmites ocorrendo no tempo determinado, a estimativa é de que dentro de três meses a espera chegue ao fim e Pelotas e a região voltem a ter normalizado o atendimento radioterápico.
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