Começou a valer nesta quarta-feira (17) o decreto que antecipa o recesso escolar da rede pública municipal de ensino. O período convertido foi de 20 de março a 19 de abril. A medida tem o objetivo de prevenir o contágio e enfrentar o causador da pandemia global, o novo coronavírus. Entretanto, a Secretaria Municipal de Educação e Desporto (Smed) garante que a única mudança é a temporal.

O responsável pela pasta, Artur Corrêa, explica que a legislação prevê o recesso escolar, e como as atividades estavam suspensas, “adiantamos este recesso por uma formalidade legal”, disse. O decreto municipal também prevê reduzir os impactos causados pela ausência das aulas presenciais, tanto para os alunos como para os professores, além de tentar otimizar o calendário letivo de 2020.

O retorno presencial ainda não tem data, mas a diretora de ensino da Smed, Loreni Silva, conta que a Secretaria, junto com a Companhia de Informática de Pelotas (Coinpel), está providenciando a compra de uma plataforma vinculada ao Google para garantir que os alunos que possuam celular ou computador, mas não têm acesso à internet, possam garantir as tarefas, já que o programa permite acesso off-line. “Também estamos analisando a possibilidade de fazer um material impresso para os que não possuem aparelhos nem acesso à rede”, completou. Outro ponto destacado pela diretora é que a Smed está na fase de análise da reformulação do currículo, pois 2020 se trata de um ano letivo atípico. “Não temos como trabalhar na mesma mesma intensidade que antes”.

As escolas seguem trabalhando com as atividades remotas. Primeiramente ocorreram os círculos de construção de paz com as equipes diretivas, professores e funcionários, depois houve uma série de atividades com as competências sócio emocionais dos estudantes. Agora, os professores trabalham com temas como raciocínio lógico, desenvolvimento da competência leitora e habilidades. Loreni frisou que, por enquanto, cada escola escolhe o meio que envia as atividades e garante que não existe conteúdo novo sendo trabalhado.

A opinião do Simp

Para o Sindicato dos Municipários de Pelotas (Simp), a prioridade neste momento de pandemia deve ser a prevenção do contágio por meio da não abertura de escolas. “Algo que não se tem pontuado com a devida rigorosidade por parte do Executivo”, completou a diretoria do Sindicato. Sobre a transposição do recesso escolar do mês de julho para o final de março e primeira quinzena de abril, alegam ser “uma medida extemporânea por retroagir do mês de junho a março, e demonstrar uma falta de planejamento, também desperta sinais de atenção no magistério que, mais do que nunca, tem recebido uma sobrecarga de trabalho por parte da secretaria.”

O Simp ainda compreende que essa medida fora de tempo anuncia um período de trabalho ininterrupto para os trabalhadores da educação, e segundo a diretoria, impactará profundamente a saúde de professores e funcionários. “Vale destacar, também, que todas as ações que a secretaria está tomando não estão contando com a participação dos trabalhadores da educação, caracterizando-se como medidas arbitrárias, em um momento em que se agudiza a pressão sobre os profissionais da educação com iniciativas de ensino remoto.”