A redução do preço dos combustíveis, anunciada pela Receita Estadual em dezembro, foi menor que a estimada. Projetada em 27 centavos, a queda foi de cinco centavos em Pelotas, conforme o levantamento do Sindicato Intermunicipal do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes no Rio Grande do Sul (Sulpetro).

O índice de redução do preço apontado pelo Sulpetro coincide com o do preço da gasolina vendida nas refinarias da Petrobras (veja quadro). Entre os dias 1º e dia 8, foram contabilizadas pelo menos duas baixas de preços nas refinarias - o valor apontado não conta tributos.

Nos postos visitados pela reportagem na manhã de ontem, os valores continuavam os mesmos da última semana de dezembro, quando foi realizado o último levantamento de preços pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) em Pelotas.

De acordo com a pesquisa, a gasolina comum é encontrada a um valor que varia de R$ 4,42 a R$ 4,79 - a média é de R$ 4,56. Na nota lançada pela Receita Estadual, a estimativa de redução era justificada por uma pesquisa realizada a partir da emissão de Notas Fiscais Eletrônicas (NF-e) nos postos de combustíveis.

Procon
Os preços de janeiro ainda não foram levantados pelo Procon, que realiza uma pesquisa mensal. Em novembro, o levantamento de preços da entidade apontou uma média de R$ 4,78. A média caiu para R$ 4,62 em dezembro, queda superior a 3%.

Conforme o diretor do órgão, Nelson Soares, as visitas a todos os 43 postos de combustíveis da área urbana devem ocorrer na próxima semana. "A gente espera que se efetive a redução na bomba para o consumidor", declarou.

Oscilações
Conforme Henrique Moreira, diretor local do Sulpetro, houve redução em diversos postos da cidade. "A revisão foi um impacto na companhia de uma média de cinco, até seis centavos", indicou. Alguns estabelecimentos, segundo Moreira, ainda operam com estoques do ano passado e os preços devem ser adequados nas próximas reposições.

Para o ano, ele projeta um cenário de incertezas, condicionando os valores praticados nas bombas com as políticas nacionais em relação ao preço e à variação do barril de petróleo. Com o fim do subsídio dado pelo ex-presidente Michel Temer, o diesel teve um incremento de até quatro centavos no preço do litro - o preço varia entre bandeiras e postos diferentes.

Diretor de uma rede de postos com cinco estabelecimentos em Pelotas, Jânio Lubke explica que houve uma redução de até 14 centavos. A queda é explicada pela diminuição da pauta do ICMS, anunciada pela Receita Estadual, e pela redução do preço na refinaria. "Diariamente é um valor diferente e a gente trabalha com a incerteza. Não sabemos como vai ser na política, se o governo vai ser bom ou ruim pra esta questão", comenta.

O fim do subsídio no diesel, reivindicação da greve dos caminhoneiros, não impactou no preço das bombas até o momento. "Mas a gente não sabe como vai ser amanhã ou semana que vem", avalia.

Preços médios de diesel e gasolina às distribuidoras sem tributos
Início da vigência         Gasolina A (R$/litro)      Diesel A (R$/litro)
8/1/19                            R$ 1,4537                       R$ 1,8545
3/1/19                            R$ 1,4675                       R$ 1,8545 
1/1/19                            R$ 1,5087                       R$ 1,8545

Composição do preço
15% - R$ 0,684 - Distribuição e Revenda
12% - R$ 0,547 - Custo Etanol Anidro
30% - R$ 1,368 - ICMS
16% - R$ 0,729 - Cide e PIS/Pasep e Cofins
27% - R$ 1,231 - Realização Petrobras

(Fonte: Petrobras)