O recurso na ordem de R$ 1,8 milhão que a Zona Sul ainda teria por receber da Consulta Popular não deve ser liberado pelo governo estadual. Projetada em R$ 80 milhões, até agora foram liberadas as verbas de R$ 49 milhões destinadas à segurança e à saúde. Áreas como agricultura, turismo, transportes e educação, por exemplo, não serão contempladas. Para a próxima edição da Consulta, o governo pretende destinar R$ 20 milhões, o equivalente a 25% da verba atual, para projetos de desenvolvimento regional alinhados às políticas planejadas para a área pela Secretaria Estadual de Governança e Gestão Estratégica (SGGE).

Os municípios do Corede Sul, por exemplo, ainda aguardavam a chegada do recurso para este ano. Com a justificativa sendo o mau momento econômico do Estado, o montante de R$ 31 milhões não será mais disponibilizado. "Em 2019, será realizada com foco muito mais em projetos de desenvolvimento econômico, logística, que tornem um ambiente favorável de negócios", resume o secretário Cláudio Gastal, da SGGE.

As prioridades do governo, explica, foram em projetos nas áreas da saúde e da segurança pública, o que não será priorizado nas próximas edições do programa. Estas áreas, adianta, serão contempladas com o Orçamento Geral do Estado. "O restante não há previsão de liberar este ano. Pode surgir, caso a economia der uma sinalizada. Mas não há previsão a mais do que já foi liberado", manifesta Gastal.

Se o valor fosse dividido entre todos os municípios do Estado, cada cidade receberia cerca de R$ 40,2 mil. 

Na Zona Sul
Para a Zona Sul, já foi liberado R$ 1,9 milhão: R$ 1,147 milhão destinado à saúde e R$ 764 mil para a segurança pública. O recurso equivale a 50% da demanda regional, que receberia, ao todo, o montante de R$ 3,824 milhões.

O trabalho do Conselho Regional de Desenvolvimento Econômico Sul (Corede Sul) ainda é pela liberação do restante. O presidente do Corede Sul, Ronaldo Maciel, destaca a destinação de recurso para as agroindústrias familiares por serem estas uma das áreas que têm se mostrado com um grande potencial de desenvolvimento econômico na região. "São recursos para pequenas reformas, a compra de equipamentos ou a regularização destes empreendimentos que são muito importantes para a Zona Rural", afirma Maciel. Era previsto quase R$ 1 milhão para as agroindústrias presentes nos municípios do Corede Sul. 

Em uma reunião realizada segunda-feira pela entidade da Zona Sul, ficou decidido formalizar um documento solicitando o restante dos recursos. Além das agroindústrias, são esperadas verbas para a correção de solo na área da agricultura e para melhorias em escolas estaduais.