Sanep

Restrição do uso da água entra em vigor na cidade

No primeiro dia, 15 denúncias de descumprimento das medidas foram recebidas pela autarquia; 56 vazamentos também foram consertados

Paulo Rossi -

O decreto que restringe o uso da água em Pelotas entrou em vigor ontem. No primeiro dia de vigência, foram recebidas 15 denúncias contra pessoas que descumpriram a proibição de lavar automóveis, calçadas e molhar gramados e jardins e receberam notificação sobre a atitude. A quarta-feira também marcou o começo do reforço nas equipes voltadas ao conserto de vazamentos de água no município, que passaram de cinco para 11. Neste primeiro dia, 56 foram solucionados. A estimativa é que haja uma diminuição considerável das demandas em até dez dias, com o conserto de 50 vazamentos diariamente. A iniciativa faz parte do plano de ação da autarquia, para tentar diminuir o ritmo de redução do nível da Barragem Santa Bárbara que atingiu, ontem, 2,11 metros abaixo do normal.

O chefe da Divisão de Águas da Autarquia, Alexandre Duval, afirmou que as 11 equipes atuam na atividade com uma média de cinco funcionários. Uma delas estava na rua Professor Mario Peiruque durante a tarde de ontem, onde houve o rompimento de uma adutora, que causou vazamentos em dois pontos da via. "Serão solucionados ainda hoje", projetou Duval. Segundo ele, o problema teve início na última sexta-feira e foi causado devido ao estado da rede, que era antiga. Os procedimentos necessários foram o fechamento de registro e a interrupção do bombeamento, além da redução no nível de água, que possibilita a realização das intervenções. Duval explicou que o conserto das adutoras são prioridades. "Acaba influenciando o abastecimento de um bairro". Vilma Santos possui uma venda em frente a outro local da mesma via, ponto onde há o segundo vazamento. "Corre o risco de algum carro ficar ali", lamentou, citando o grande volume de água que permanece na rua desde a última sexta-feira. Segundo ela, no entanto, as medidas previstas pelo decreto e a força-tarefa são positivas, mas dependem da colaboração de todos. "Tem gente que tem um fio de água na torneira e outros lavando carros", citou Vilma.

Nas esquinas entre as ruas Doutor Artur Maciel e Ulisses Batinga, no Fragata, outro vazamento era alvo de reclamação de moradores. "Tá indo fora a água", lamentou o aposentado Rubens Feijó. Segundo ele, o vazamento se iniciou há 20 dias, após uma intervenção realizada por equipe da autarquia. "A gente faz de tudo pra economizar e tem esse desperdício", desabafou Maria Mota, citando que toma medidas para reduzir o consumo, como a reutilização de água da máquina de lavar para realizar a limpeza da casa, por exemplo. Acompanhando a situação da Barragem Santa Bárbara, a aposentada afirmou que é favorável às ações tomadas para tentar diminuir o ritmo de queda no nível de água do local. "É válido, pior é ficar com uma gota de água na torneira", afirma. Conforme Duval, o problema também foi solucionado durante a tarde de ontem.

Redução de vazamentos

O diretor-presidente do Sanep, Alexandre Garcia, explica que as equipes foram distribuídas de acordo com a divisão do município em cinco regiões. Desse modo, três equipes do Departamento de Águas da autarquia são responsáveis pela resolução de vazamentos na região do Fragata, Porto, Simões Lopes e em parte do Centro, e outras três terão como foco parte da região do Areal e as Praias. Em caso de ocorrências na Zona Rural, uma equipe do mesmo departamento será deslocada. Uma equipe do Departamento de Esgoto é responsável por atender parte da região das Três Vendas. Para a Zona Norte, duas equipes contratadas contribuem na resolução dos vazamentos. Além disso, parte do Areal e da Sanga Funda também conta com duas equipes deslocadas do Departamento de Obras do Sanep.

No primeiro dia de reforço das equipes, foram solucionados 56 vazamentos, sendo três ocorrências em adutoras. O número foi acima da meta estipulada por Garcia, que prevê o conserto de ao menos 50 vazamentos por dia. Antes do reforço, o número chegava à 20. De acordo com o diretor-presidente, o intuito da ação é que de que haja uma redução considerável no número de demandas, mas que a eliminação completa dos vazamentos não é viável, considerando que parte do sistema ainda é formado por redes de 1873, quando houve o início dos primeiros formatos de distribuição de água tratada no município, além do tamanho da rede, que chega à mil quilômetros. "O que a gente precisa é chegar em números mais baixos possíveis", afirmou.

No primeiro dia de vigência do Decreto de restrição do uso da água, 15 denúncias foram recebidas. Conforme Garcia, a ação terá, inicialmente, um efeito pedagógico, de orientação dos moradores do local sobre a importância do uso consciente da água e sobre a situação atual de abastecimento no município. Em caso de reincidência, no entanto, a punição será o corte no abastecimento. "O nosso objetivo não é o de desligar", afirmou.

As denúncias contra quem desrespeitar o decreto e as informações sobre a ocorrência de vazamentos podem ser realizadas pelas redes sociais do Sanep, pelos telefone (53) 3026-1144 ou 115, e presencialmente, na sede da autarquia, na Rua Félix da Cunha, 653.

 

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