Em coletiva de imprensa, o prefeito de Rio Grande, Alexandre Lindenmeyer (PT), anunciou na manhã desta quarta-feira (6) a flexibilização de medidas em vista do distanciamento social da população. A abertura de estabelecimentos do comércio e de serviços é uma das mudanças de maior impacto no fluxo de pessoas na zona central; o município mantinha os estabelecimentos fechados há 43 dias. Os shoppings também passam a funcionar, msa somente com os serviços de delivery e drive thru.

A decisão vai de encontro à divulgação de uma carta pública do superintendente dos Portos do RS, Fernando Estima, em defesa da gestão e das ações comandadas pelo governador Eduardo Leite (PSDB). As críticas citam a abertura de ação judicial da prefeitura do Rio Grande contra o governo do Estado, cobrando recursos e equipamentos na área da saúde para enfrentar a Covid-19 e a abertura controlada do comércio. Antes da carta, o posicionamento mantido pelo Poder Público do município era o de manter o fechamento até que o sistema de saúde estivesse em condições, com leitos para atender minimamente os pacientes. Por lá, os serviços de saúde alcançam cerca de 1 milhão de pessoas, conforme o prefeito, por ser referência de alta e média complexidade para pelo menos outros 20 municípios.

A ação judicial segue em andamento, com a cobrança de 68 respiradores e outros 46 leitos pediátricos e de retaguarda para tratamento de pacientes com o novo coronavírus. Na segunda-feira, o governo estadual anunciou o pagamento de diárias de dez leitos de Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) instalados na Santa Casa do Rio Grande. Fora esse aumento na capacidade de internação, o governo rio-grandino também considerou, a fim de flexibilizar aas medidas, o lançamento do serviço Tele Covid-19 na última semana, o início de mais uma frente de triagem na Unidade de Pronto Atendimento Junção e o conjunto de mais de 14 mil testes realizados pela Universidade Federal do Rio Grande (Furg).

Desde o último dia 17, o comércio e os serviços estavam autorizados a trabalhar somente com tele-entrega, cenário que, a partir desta quinta-feira, será outro. O ramo engloba mais de três mil estabelecimentos - nem todos serão abertos, lembrou o prefeito. Ficam de fora os estabelecimentos de grande porte. A abertura conta com fortes restrições para a entrada de público: entre locais com porte de 15m² e 50m², a limitação máxima de atendimento de pessoas varia de duas a quatro, incluindo atendentes e clientes. O funcionamento fica autorizado das 9h às 16h30, de segunda a sábado. Quanto aos shoppings, o horário de atendimento é das 10h às 21h, somente com delivery e drive thru. Serviços essenciais, como farmácias, supermercados, restaurantes, postos de combustíveis, serviços de manutenção em geral, lojas de conveniência, hotelaria e operações retroportuárias, seguem em funcionamento.

Transporte só com proteção

As mudanças também modificam o funcionamento do transporte público, urbano e rodoviário. O uso de máscaras é obrigatório - tanto nessas modalidades como em moto-táxis, táxis e outros veículos vinculados a aplicativos de transporte. Os seletivos, por exemplo, devem funcionar somente com 50% da capacidade. Nas linhas regulares, a capacidade segue a mesma de antes, com limite de oito passageiros em pé.

Está vedada a abertura de serviços como cinemas, teatros, bares, casas noturnas, salões de beleza, estéticas, barbearias, academias de ginástica e clubes esportivos.