Mais uma vez os gramados do Santuário de Nossa Senhora de Guadalupe receberam milhares de fiéis durante o domingo (21) de celebrações em torno da Santa. Sob o tema Com Maria , sermos casa do pão, por uma Igreja em saída a serviço do Reino, a 33ª edição da Romaria em homenagem a padroeira da América Latina atraiu romeiros de diferentes localidades de Pelotas e da região à Cascata, no 5º Distrito.

A manhã de domingo com sol entre nuvens foi propícia para a caminhada que se iniciou por volta das 9h, já na Cascata em direção do Santuário. Mas a programação teve início mais cedo com missa às 7h na Catedral Metropolitana de São Francisco de Paula. De lá, seguiu-se a carreata em direção à BR-392.

A celebração no Santuário de Guadalupe começou às 10h. Depois da pausa para o almoço a programação prosseguiu com oração do rosário, às 13h30min, bênção individual e encerramento estava programado para as 16h.

Na Cascata milhares de romeiros aguardavam a chegada da imagem da santa, que foi saudada com flores, orações e lágrimas. A pouca quantidade de chuvas dos últimos dias facilitou o acesso até o Santuário e muitos fiéis fizeram o trajeto de cerca de 15 minutos com os pés descalços.

Para agradecer

A dona de casa Neuza da Silva Borges, 63, acompanhada pelo marido estava na Cascata aguardando a chegada da imagem. Ela que mora em Jaguarão contou que é devota de Guadalupe e há nove anos não perde uma romaria.

Com flores nas mãos, Neuza acenava com o ramalhete para a imagem. "Já tive uma graça alcançada", justificou ela.

Moradora do Areal, Mara Liane Barbosa, 47, também teve um pedido acolhido por Nossa Senhora de Guadalupe. Junto com os dois filhos, Mara, que estava afastada da romaria há alguns anos, disse que voltou para agradecer.

Descalça e com flores nas mãos, a dona de casa Maria Elizabete Gularte, 53, sentia cada passada na terra ainda úmida e com pedras soltas, algumas nada pequenas. O sacrifício tinha um motivo, o fato de a própria poder caminhar. "Há oito anos tive uma isquemia e fiquei meses sem andar", contou.

Maria Elizabete atribui seu passo firme e decidido, quase sem sequelas, ao poder de Guadalupe. A dona de casa, que reside no Navegantes, lembrou que desde os 20 anos frequenta a romaria. Ainda jovem, quando trabalhava como doméstica, desconhecia a Santa. "A minha patroa na época foi quem me mostrou Guadalupe", contou lembrando que antes desse primeiro encontro ela havia tido uma visão com a imagem da padroeira. "Foi como um chamado", disse.

O Arcebispo da Arquidiocese de Pelotas, Dom Jacinto Bergmann, falou ao Diário Popular que esta romaria é tão popular por ser o Santuário um lugar onde as pessoas se sentem em casa. "Essas pessoas vêm em busca da mãe que acolhe a todos. A mãe que escuta a todos com todo o coração. O povo quer estar junto dessa mãe e por isso vem espontaneamente ao encontro deste apoio."

Além dos romeiros

Além dos romeiros, ao longo do trajeto entre a entrada da Cascata até o Santuário, teve quem viu na celebração uma oportunidade de incrementar a renda do mês. Em pequenas tendas, carrocinhas, trailers ou apenas com bancadas improvisadas, havia comércio de lanches, artesanatos e até eletrônicos, entre outros, que emprestavam ao evento também um clima de quermesse.

A doméstica Cristina Beatriz Coitinho Nogueira, 31, foi uma das que aproveitou a ocasião. Ao lado do cunhado e da mulher dele, eles ofereciam salgados, doces, refrigerantes e água. "Essa é a primeira vez que faço um evento desses", contou Cristina, que no ano passado participou da romaria.