Problemão
Samu atribui falhas no 192 a fatores externos
Em pelo menos cinco ocasiões apenas neste ano, o telefone disponível para atendimento de urgência esteve fora do ar
Carlos Queiroz -
Por pelo menos cinco vezes, apenas neste ano, a prefeitura de Pelotas, por meio de suas redes sociais, informou que a linha do telefone 192, usada para emergências do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), estava fora do ar. A reincidência chama a atenção e, nos próprios comentários das publicações, feitas nos dias 26 de fevereiro, 11 de março e 1°, 7 e 16 de abril, pessoas reclamam da constante queda e demonstram preocupação com possíveis casos que fiquem sem atendimento.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), a razão para ficar sem linha está na prestadora de serviços, a empresa Oi Telefonia. Secretária interina da pasta, Caroline Hoffmann diz que a explicação recebida pela prefeitura fica sempre em problemas ligados à fiação ou à rede externa. Quando a queda ocorre, o plantão do Samu notifica o setor de comunicação do município e, por meio das redes sociais da prefeitura, é feito o informe à população. Nas publicações o órgão sempre disponibiliza outro número, só que aí reside um novo problema: por ser da mesma operadora, quando a queda é geral, há falha também nesse recebimento. E aí entra a terceira opção: um telefone celular utilizado pelas equipes.
Outro problema é que a descrença no 192 tem feito as pessoas ligarem já diretamente para esse celular, informa a coordenadora geral do Samu, Sabrina Lima. No entanto, ressalta que ligar para o 192 é sempre preferível. Ela confirma que a raiz do problema é externa. “A gente acaba sofrendo por um problema de outros”, lamenta, em relação às críticas. O sistema geral do Samu em Porto Alegre notifica quando há queda de sinal e, por isso, o informe acaba sendo rápido. Na região, o 192 recebe chamadas de 12 municípios, que acabam também afetados pelas quedas de linha.
Atendimentos
Sabrina garante que não houve qualquer relato de falta de atendimento causada pelas quedas da linha telefônica. Ela diz que, muito além de chamar ambulâncias, o contato com o Samu por parte da população é feito para buscar informações médicas.
Apenas em março foram 10.051 ligações recebidas, uma média superior a 324 por dia. Com equipes formadas por cinco telefonistas por turno, o Samu possui três ambulâncias, duas motolâncias e uma ambulância de suporte avançado.
Melhorias
Ainda segundo Sabrina, está sendo estudada uma maneira de viabilizar outra forma de levar a fiação à central do Samu, para evitar que problemas como furtos de fios, quedas de rede por fatores naturais ou outras falhas acabem afetando a disponibilidade da linha telefônica. No entanto, não há ainda uma previsão de quando isso irá ocorrer.
Trotes são outro problema
Outra razão que ocupa a linha são os frequentes trotes. Em média, são 17 por dia, ou cerca de 5% das chamadas atendidas. “Isso é um grande problema. Não liguem sem necessidade. Liguem apenas se for pertinente. Assim vamos prestar socorro mais rápido a quem precisar”, pede a coordenadora.
Oi Telefonia não se pronuncia
A reportagem fez contato via e-mail na tarde da última segunda-feira (18) com o setor de comunicação da Oi, mas até o fechamento desta reportagem, às 20h de terça, não obteve retorno. Foi tentado também contato por telefone por dois dias, sem sucesso.
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