Depois de dois anos, a Associação Avícola do Rio Grande do Sul (Sargs) volta a realizar a exposição e feira de aves e coelhos, na Associação Rural de Pelotas. O evento começa neste sábado e vai até o dia 31. Os pavilhões estarão abertos das 10h às 18h, todos os dias, com entrada gratuita. Serão expostos e vendidos cerca de 180 animais, entre 30 a 40 espécies - principalmente aves de médio porte, como pavões, faisões, galos e marrecos.

Proibida por lei, devido ao perigo da gripe aviária, a exposição de aves estava impedida em solo gaúcho. No entanto, há cerca de dois meses, os produtores de Pelotas se movimentaram para conseguir liberação. O aval da Secretaria da Agricultura veio há 15 dias e, desde a semana passada, o grupo se movimenta para organizar a feira. "Ano passado estive presente na Expofeira expondo coelhos e as pessoas perguntavam pelas aves", explica João Bergmann, um dos produtores remanescentes da associação.

Com a proibição dos últimos dois anos, o número de produtores da Sargs caiu drasticamente. Segundo João, a associação de mais de cem anos de idade chegou a ter 40 produtores. Hoje, restam apenas dez. Por isso, João destaca a importância do retorno da feira.

"Serve para os produtores mostrarem os animais. Estimular novos produtores, que comprem, conheçam e diversifiquem a criação nos sítios da região. Queremos divulgar a qualidade da carne do coelho e das aves, que também produzem os ovos. Tudo para consumo próprio, porque atualmente não temos condições de adequação às normas sanitárias para comercialização da carne", reflete. "Isso também afasta os produtores, que investem na criação, mas como não têm abatedouros comunitários que possam ser usados, acabam vendendo os animais por um baixo preço e desistem do negócio."

Espaço para conhecer os animais
Hoje com 62 anos, João Bergmann dedicou grande parte da vida à criação de animais. Se apaixonou pelos coelhos aos 12 anos, quando ganhou um casal, e instantaneamente encarou a tarefa como profissão. Desde 1972 faz parte da Sargs e hoje cria coelhos e aves. Além de um estímulo à produção dos animais, João vê a feira como um bom programa ao ar livre, um espaço para as crianças aproveitarem e conhecerem os bichos.

"Hoje em dia há crianças que nunca viram um galo, um marreco na vida. Há cerca de dois anos vendi um coelho para uma menina, ela não acreditava que poderia domesticar o animal. Eu sempre falo: com carinho qualquer animal se amansa."

A Exposição e Feira será no interior da Associação Rural de Pelotas, na avenida Fernando Osório, 1.754. Os 179 animais expostos também serão vendidos. O preço dos filhotes gira em torno de R$ 50,00 e os animais jovens e adultos custam a partir de R$ 70,00. Com a divulgação apertada e pela ausência da feira nos últimos dois anos, os produtores não estimam o valor que pode ser arrecadado nem o número de visitantes. Mas deixam o convite às famílias e aos produtores, para que compareçam e conheçam melhor os coelhos e as aves criadas.