Saúde

Seis meses de atendimento especializado

Serviço é destinado a diabéticos do tipo 1, do tipo 2, para diabetes gestacional e hipertensão

Quem recorre às Unidades Básicas de Saúde (UBSs) por quadros de diabetes ou hipertensão encontra, desde agosto do último ano, uma realidade de atendimento diferente da que conhecia até então. Isto porque, no período, somou-se à rede um serviço que se propõe a trabalhar de forma integral com estes pacientes crônicos, agregando áreas médicas diversas e recursos para exames específicos. Neste mês, o Centro de Diabetes e Hipertensão (CDH) completa seis meses de pleno funcionamento e assistência gratuita à comunidade.

Foram 15 anos no papel, antes do enfim primeiro semestre de prática. Instalado no segundo andar do Centro de Pesquisas em Saúde Amilcar Gigante, o projeto da médica endocrinologista e professora do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFPel, Vera Maria Freitas da Silveira, é composto por onze consultórios médicos, consultório odontológico, salas de exame de eco e cardiograma, além de equipes de enfermagem e nutrição, que passará a funcionar em breve.

Atualmente, em um mês distante do ritmo de férias, são realizadas, pelo menos, 430 consultas. Uma realidade que poderia e deseja-se que seja maior, segundo Vera. “Trabalhamos hoje com uma demanda reprimida. A necessidade de ampliação já é realidade para nós e planejamos para o futuro.” Parte disto poderá ser resolvido com a nomeação de funcionários contratados pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), prevista para março. No entanto, uma solução completa depende diretamente da ampliação da estrutura física. A professora explica que a estrutura do CDH foi pensada em um contexto existente há quinze anos. Hoje, no lugar dos 11 consultórios, deveriam haver cerca de 20.

Ao CDH, a aposentada Georgina Alves é só elogios. Da agilidade e qualidade no atendimento até a estrutura e corpo médico, para ela, não há do que reclamar. “O Centro está mais do que aprovado, sem dúvidas.” No entanto, apesar da experiência positiva, alguns pacientes enfrentam uma longa espera por atendimento. Com a agenda cheia, Vera explica que muitas pessoas são encaminhadas das UBSs, através da Secretaria de Saúde, sem qualquer tipo de exame. Então, a equipe do CDH precisa pedir a realização destas e uma nova consulta é marcada, no momento, apenas para junho. “Se ela chega aqui com exames, já sai atendida e com tratamento estabelecido, mas essa falha do sistema prejudica 70% dos pacientes e atrasa muito o atendimento”, conta.

Em breve, o local que é ligado à UFPel e recebeu verbas do governo federal através do Ministério da Educação, do governo do Estado, através da consulta popular e materiais doados pelo governo do Japão, deverá abrigar um hospital-dia. Este é um sistema de semi-internação, que terá capacidade para seis pessoas, e tem a intenção de desafogar o Pronto Socorro quanto ao atendimento de diabéticos e hipertensos. Para funcionar, o hospital-dia está no aguardo de profissionais.

O que é?
Esta é uma doença crônica causada pela falta de produção ou emprego incorreto da insulina pelo corpo. Esse hormônio controla a quantidade de glicose no sangue, que é a fonte de energia do organismo. A oscilação ou falta da insulina faz com que o nível de glicose que há no sangue fique alto, a chamada hiperglicemia. A ocorrência destes episódios por longos períodos pode provocar danos em órgãos, vasos sanguíneos e nervos. Estima-se que 6,9% da população brasileira seja diabética.

Diabetes de tipo 1
Como na infância ou adolescência, este tipo de diabetes se caracteriza pelo ataque equivocado do sistema imunológico às células beta, o leva a pouca ou nenhuma liberação de insulina para o corpo. Assim, a glicose fica no sangue e não é usada como energia.

Diabetes de tipo 2
Este tipo aparece quando o organismo não consegue utilizar de forma adequada a insulina que produz, ou não a produz suficientemente. A diabetes de tipo 2 se manifesta, em sua grande maioria, em adultos e representa 90% dos diabéticos.

Diabetes gestacional
Esta se desenvolve quando o pâncreas não aumenta a produção de insulina, afetada pelas mudanças hormonais provocadas pela placenta. Quando o bebê é exposto a grandes quantidades de glicose ainda no ambiente intrauterino há maior risco de crescimento excessivo (macrossomia fetal) e, consequentemente, partos traumáticos, hipoglicemia neonatal e até de obesidade e diabetes na vida adulta.

Os fatores de risco
- Para diabetes do tipo 1
Genética

-Para diabetes do tipo 2:
Diminuição da tolerância à glicose ou glicose de jejum alterada
Pressão alta
Colesterol alto ou alterações na taxa de triglicérides no sangue
Estar acima do peso, principalmente se a gordura estiver concentrada em volta da cintura
Ter um pai ou irmão com diabetes
Alguma outra condição de saúde que pode estar associada ao diabetes, como a doença renal crônica
Ter bebê com peso superior a quatro quilos ou ter diabetes gestacional
Síndrome de ovários policísticos
Diagnóstico de alguns distúrbios psiquiátricos, como esquizofrenia, depressão, transtorno bipolar
Apneia do sono
Receber prescrição de medicamentos da classe dos glicocorticoides

-Para diabetes gestacional
Idade materna mais avançada
Ganho de peso excessivo durante a gestação
Sobrepeso ou obesidade
Síndrome dos ovários policísticos
História prévia de bebês grandes (mais de 4 kg) ou de diabetes gestacional
História familiar de diabetes em parentes de 1º grau (pais e irmãos)
História de diabetes gestacional na mãe da gestante
Hipertensão arterial na gestação
Gestação múltipla (gravidez de gêmeos)

Fonte: Sociedade Brasileira de Diabetes

 

 

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