Colônia Z-3

Sem safra de camarão, esperança na Z-3 se volta para tainha

Pescadores da Colônia Z-3 esperam ter boa oferta do peixe para a Semana Santa, na metade de abril

Paulo Rossi -

A chegada de um vento sul, na quinta-feira (21), fez os pescadores da Colônia Z-3 colocarem os barcos no “mar de dentro” em busca da tainha. O peixe pode representar uma salvação para a temporada ruim do camarão, neste verão extremamente chuvoso. Entre os pescadores, circulava a informação da salga da Lagoa dos Patos neste mês de março. Tardio para o crustáceo, a mudança é favorável ao peixe, que deve ser o principal produto vendido pelos pescadores nas feiras da Semana Santa, marcada para a metade de abril.

Ancorado na Divineia, o pescador Rui Carlos de Melo, 61 anos, preparava a rede para partir em busca da tainha. Até a entrada do período do defeso, em junho, Rui acredita que a busca será apenas pelo peixe. “Na Barra de Rio Grande alguns conseguiram pegar um pouco, mas aqui não chegou. Foi muita chuva. O clima não prestou”, se lamentava entre um nó e outro.

Se no ano passado, o crustáceo era vendido por cerca de R$ 20,00 limpo, neste ano o preço pulou para R$ 40,00 e até R$ 60,00. A tainha é vendida por um preço médio de R$ 8,00 a unidade.

Monitoramento do bagre
Outra reivindicação constante dos pescadores é a revisão da proibição da pesca do bagre desde 2014. Eles reclamam do estudo realizado na época, pela extinta Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, que elencou diversas espécies em extinção.

Pelos relatos, não há local onde as redes são passadas e não é encontrado o peixe. “A gente encontra bagre em toda a Lagoa. Como a gente encontra tanto se está em extinção?”, questiona Roger Rodrigues, 34. Em parceria com o colega Nadir Viegas, 52, na semana passada passou cerca de três dias embarcado. O custo da viagem foi de R$ 260,00. Em peixes, o grupo conseguiu arrecadar R$ 350,00, que posteriormente seria dividido entre três famílias. “Quem está em extinção é o pescador”, concluíram, na conversa.

Conforme Nilmar Conceição, presidente do Sindicato dos Pescadores, a revisão prevista no decreto da proibição teria um custo de R$ 500 mil. A questão já foi tratada com deputados estaduais da região, como Fábio Branco (MDB) e Zé Nunes (PT), e levada ao governador Eduardo Leite (PSDB). O Estado, no entanto, alega que faltam recursos para financiar o estudo de campo.

36 bancas na Semana Santa
Uma parceria entre a Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) e a Associação dos Pescadores Feirantes vai promover, entre os dias 15 e 18 de abril, a Feira do Peixe em toda a cidade. Serão 36 bancas distribuídas em diversos pontos, chegando a todos os bairros do município. “Mesmo não tendo a safra do camarão, a população pode ficar tranquila que vai ter peixe”, comentou Jair Seidel, chefe da pasta.

A SDR vai promover, na Z-3, cursos de boas práticas no manejo do peixe, com técnicos da Vigilância Sanitária, para dar garantia de qualidade ao consumidor. Após o curso, os feirantes receberão suas respectivas autorizações do Poder Público para a instalação das bancas.

Festa do Camarão e do Peixe
A quinta edição da Festa do Camarão e do Peixe já tem data definida e uma comissão montada para organizar a festa. O evento também é uma oportunidade de venda de peixe e de renda para as famílias ligadas com a atividade. Será no dia 26 de maio, na avenida Raphael Brusque, próximo à igreja de Nossa Senhora dos Navegantes.

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