Iniciativa

Sessões de ioga têm melhorado qualidade de vida de pacientes com câncer de mama

A iniciativa faz parte de um projeto de mestrado com o propósito de avaliar os efeitos da prática na fadiga de mulheres em tratamento para a doença

Foto: Jô Folha - DP - Benefícios da ioga têm motivado que as participantes realizem os exercícios na rotina diária em casa

Pacientes em tratamento para o câncer de mama no Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas (HE-UFPel) dedicam parte do seu tempo para participar há cerca de dois meses de um programa de ioga. A iniciativa faz parte do projeto de mestrado de uma aluna da Faculdade de Educação Física (Esef), a qual as mulheres se dispuseram a participar. Mesmo com a pesquisa ainda em andamento, as praticantes da atividade já sentem diminuição nos efeitos colaterais do tratamento e também maior controle de sentimentos como ansiedade e angústia. Os benefícios da ioga têm motivado, inclusive, que as participantes realizem os exercícios na rotina diária em casa.

Com o propósito de avaliar os efeitos da prática sobre a fadiga relacionada ao câncer de mama em pacientes em tratamento primário para a doença, a mestranda Iamara Acosta iniciou as atividades com as primeiras participantes há sete semanas. Ao total o programa com aulas de ioga é ministrado duas vezes por semana, com duração de 60 minutos cada sessão, por oito semanas. A escolha pela área de pesquisa, conforme a autora, se deu por ela já ser instrutora da modalidade e devido a sua orientadora se dedicar a estudos sobre o câncer que mais atinge mulheres.

O primeiro passo do projeto foi a avaliação pré-intervenção, ou seja, antes das mulheres iniciarem a prática, que abordou questões como a fadiga relacionada ao câncer, capacidades funcionais e qualidade de vida, envolvendo questões como níveis de dor, assim como quadros de depressão e ansiedade. "Na nona semana tem a avaliação pós-intervenção e vamos analisar os dados. Eu acredito que está sendo bem positivo", diz Iamara. Além disso, a pesquisa trabalha com outro grupo de pacientes, que são submetidas apenas a rodas de conversa, sem atividades físicas. Ao final ambos os resultados são comparados.

Os resultados na prática

Quase concluindo o cronograma da pesquisa, as alunas Edinilda Milke, 49 anos, e Tatiane de Quadros, 52, já estão acostumadas aos mais variados exercícios que envolvem movimentos corporais, alongamentos, respiração e relaxamento. Ambas pacientes eram sedentárias e atualmente praticam a ioga rotineiramente.

"Está me ajudando e me incentivando muito. Até em casa, se eu parar e vier um pensamento que eu não goste, eu penso na ioga e começo a respiração, faço alguns exercícios e passa", conta Edinilda. A aposentada, que está em tratamento contra o câncer há dois anos, afirma ainda que vai continuar a prática mesmo após o término da pesquisa.

Da mesma forma, Tatiane de Quadros relata que além do exercício ter a feito gostar de se movimentar, a modalidade também tem auxiliado a melhorar sua saúde mental no processo de tratamento da doença. "O relaxamento que a gente aprende a fazer ajuda muito com a cabeça, bem como a Edinilda disse, na hora que a gente pensa o que não é para pensar a gente faz aquele exercício de respiração e ajuda bastante com a ansiedade e angústia". A paciente descobriu o câncer em 2022 e declara que está feliz por ter passado pela parte mais difícil do tratamento, as sessões de quimioterapia e radioterapia.

Atualmente, as duas participantes estão realizando imunoterapia e hormonioterapia, com medicações ministradas em casa e uma vez a cada 21 dias no Hospital Escola. Conforme elas explicam, essa fase do tratamento pode durar até cinco anos e os principais efeitos colaterais são o cansaço e dores musculares, questões que também são amenizadas pela prática da ioga.

Além disso, de acordo com Iamara, os exercícios de mobilidade e alongamento têm auxiliado a parte superior do corpo das pacientes, já que ambas têm sequelas das cirurgias de mastectomia. Nos procedimentos, foi retirada parte da mama de Tatiane, já Edinilda teve um dos órgãos completamente retirado. "A gente trabalha muito a flexibilidade, porque elas ficam com os membros superiores, principalmente no lado da cirurgia, com a mobilidade muito comprometida, então sentem dormência, limitação de movimentos e o yoga contribui nisso, na força muscular, no equilíbrio".

Na questão mental, a pesquisadora ensina através da modalidade as mulheres a tentarem lidar melhor com as dificuldades da doença e do tratamento. "É o momento que elas param e percebem o quanto a respiração delas está ansiosa, curta, rápida. Essa pausa é para elas observarem o corpo delas, os pensamentos e sentimentos".

Após a conclusão com o primeiro grupo, Iamara realizará uma nova triagem com pacientes interessadas em participar. A seleção deverá ocorrer na metade de fevereiro e as atividades no Bloco 3 do HE-UFPel.

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