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Sob críticas, greve dos servidores do IFSul inicia

Grupo de alunos promete protesto garantindo apoio às demandas, mas contrariedade à possível paralisação das atividades acadêmicas no momento de retomada

Divulgação -

Aprovada por maioria em assembleia realizada na última segunda-feira pela seção local do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), a greve dos professores e técnicos administrativos do Instituto Federal Sul-Rio Grandense (IFSul) inicia nesta quinta-feira (19) nos 14 campi da rede. O movimento faz parte de um ato nacional que cobra a reposição salarial da inflação nos últimos três anos. No entanto, um grupo de alunos demonstra insatisfação com uma possível interrupção do calendário acadêmico no momento de retomada presencial.

A deflagração da greve vem após tentativa de reajuste junto ao governo federal, em movimento que conta com outras categorias, como servidores da saúde, de bancos, do INSS, entre outros, explica o membro da direção do Sinasefe IFSul e do comando de greve, Roberto Rodrigues Vieira Jr.. Ele diz que, com o aceno do presidente Jair Bolsonaro (PL) a um aumento aos policiais, outras categorias, com salários congelados desde 2016, também demandam pelo menos a reposição inflacionária dos últimos três anos, de 19,99%. Segundo ele, a greve ser aprovada junto à volta às aulas acaba sendo uma coincidência, já que o movimento vem sendo construído há mais tempo. Com a aceitação em plenário, o IFSul se junta aos IFs da Bahia, Minas Gerais e Pernambuco com paralisação deflagrada. Outros Estados ainda realizam assembleias.

O comando de greve, no entanto, ainda evita projetar se haverá paralisação das atividades, já que o movimento passa por fase de construção. Para Vieira, o engajamento é necessário para tentar conseguir o reajuste e firmar posição. Ao longo do dia, os grevistas planejam um café da manhã no Campus Pelotas e um salchipão, ao meio-dia, na reitoria.

Grupo de alunos firma posicionamento
O Movimento Engaja, formado por alunos, se posicionou através das redes sociais para apoiar o reajuste, mas afirmam contrariedade à greve. A reportagem enviou uma série de perguntas a um dos representantes, que retornou com resposta coletiva. O grupo, criado durante a greve sanitária que ocorreu no início do ano, diz contar com o apoio de muitos estudantes. Eles argumentam que, entre outros pontos, uma paralisação do calendário afetaria diretamente alunos que retornaram às cidades com campus do Instituto há pouco. Questionado sobre a principal demanda, o grupo respondeu “dar continuidade aos semestres, sem mais interrupções, devido ao atraso gerado pela pandemia.”

Para esta quinta, o movimento organiza uma caminhada, a partir das 10h, saindo do Campus Pelotas até a reitoria, além da divulgação de uma carta aberta. A ideia é manter um canal de diálogo aberto - tanto com professores, quanto com o sindicato, além da comunidade. Um dos temores citados pelo grupo é que, em caso de greve, poderá haver um êxodo do IFSul pelo momento de incertezas e atrasos. Segundo eles, apenas a situação de pandemia já ocasionou atraso de cerca de um ano no calendário acadêmico. A projeção do cenário atual, caso não haja interrupção, é de que em 2022 sejam cumpridos dois semestres e meio.

Reitoria se manifesta
Em contato com a reportagem, o reitor do IFSul, Flávio Nunes, deixou claro que a gestão considera a greve justa, mas diz acreditar que o momento não é o mais oportuno e, por isso, recebe a posição com preocupação, pelo momento ser de retomada dos alunos. Ele acredita que a maior base grevista estará em Pelotas, mas ainda não consegue projetar a adesão e, portanto, se haverá interrupção das atividades.

O diretor do Campus Visconde da Graça (CaVG), Marcos Betemps, mantém posição similar a do reitor. Segundo ele, a paralisação é legítima, porém com adesão individual. A ideia é que os dois campi de Pelotas adotem dinâmicas iguais, com reunião ocorrendo pela manhã entre as direções e reitoria para definir como ficará o funcionamento. Ele diz que pela manhã será possível ter noção do engajamento e, a partir disso, projetar como ficarão as atividades nas duas instituições.

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