Reivindicação

Talentos pelotenses aguardam melhorias na pista da Bento

Equipamento do parque Dom Antônio Zattera está impraticável, de acordo com frequentadores

Gabriel Huth -

A idade é a mesma: nove anos. A paixão pela adrenalina, desde cedo, é comum do mesmo modo, bem como ter Pelotas como berço. Por fim, as semelhanças seguem nas conquistas, após dias e dias de treinos, tombos e desafios. Pelotenses, Luiz Manica, o Tuco, e Marina Ribeiro Brauner, a Mai, são campeões brasileiros de skate. Também são exemplos de que a cidade precisa investir em uma pista pública para revelar mais talentos e servir como boa casa para eles.

Marina, desde sempre apaixonada por esportes, começou a se interessar pelo skate aos cinco anos, em uma praia do Uruguai. O namorado de uma prima a apresentou ao long - modelo maior do carrinho, utilizado para manobras em grandes descidas. A partir dali, tombos, conquistas e adrenalina passaram a fazer parte da rotina de menina que, aos nove anos, tornou-se campeã brasileira de mini-ramp em setembro do ano passado, no Rio de Janeiro. Sempre pronta para um próximo desafio, a menina já tem mais uma obsessão: completar o nose peak, manobra em que o atleta para na borda da rampa com a ponta do skate.

Ao contrário de Mai, Tuco vem de família de skatistas. O pai, o escritor Frederico Manica, anda desde a adolescência e hoje é ativista do esporte no país. Recentemente, o incentivo que dá ao filho, de nove anos agora, resultou em uma série de patrocínios e no título do Circuito Brasileiro de Pool na categoria infantil. Atualmente, Tuco é o brasileiro mais jovem a conseguir completar os 540° - uma volta e meia no ar. Etapa concluída, agora ele quer mais: o 720°.

Espaços
Mas tem um ponto em que a trajetória de Marina e Luiz se difere. Enquanto ele mora em Florianópolis, e dessa forma tem acesso a uma estrutura completa para o desempenho do skate, ela precisou construir uma rampa no quintal de casa para seguir treinando em Pelotas. Depender da pista pública da cidade não é uma opção. Construída em 2004, ela nunca recebeu os profundos restauros que necessita, comenta o professor da Nova Geração Skate, Emanuel Bueno. "O que foi feito foi uma maquiagem em 2011 e reparos superficiais realizados pelos próprios skatistas, que juntaram dinheiro para consertar o que estava perigoso e gastando as peças."

Frederico Manica salienta que ter estrutura para o desenvolvimento de skate em Pelotas é exceção, não regra. A primeira foi construída em 1989 e foi se deteriorando até 1996, quando foi finalmente destruída. De lá até 2004, quando a atual foi instalada, através de verba do programa Orçamento Participativo, não houve onde andar, a não ser as ruas da cidade. "Essa é uma nova geração que está reerguendo aqui um esporte que fará estreia nas Olimpíadas no ano que vem. Fora os ganhos com o turismo, através dos tantos campeonatos que deixam de ser feitos aqui e que movimentam gastronomia, rede hoteleira, produção artística", afirma.

Projeto básico está feito

Em contato com o Diário Popular, o secretário de Obras e Pavimentação, Luiz Eduardo Silva Tejada, falou do projeto básico para restauro da pista de skate do parque Dom Antônio Zattera. Ele contempla melhorias nas escavações e nos corrimãos, por exemplo.

Para que saia do papel, será preciso buscar recursos via emendas parlamentares ou linhas de crédito estaduais e federais. Não existe um prazo para o lançamento de licitação para empresas executarem a obra, bem como para o início dos trabalhos.

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