Aumento

Tarifa dos pedágios da Zona Sul poderá ter reajuste de 28%

Percentual é referente a reposição inflacionária dos últimos dois anos; se aumento entrar em vigor, região terá valor mais alto do País

Foto: Arquivo - Jô Folha - DP - Valor atual de R$ 15,20 poderá aumentar para R$ 19,50 nas cinco praças de pedágios entre a BR-116 e 392

Próximo de vencer a data-base do contrato de concessão da Ecosul com o Ministério dos Transportes, o reajuste da tarifa do Polo Rodoviário de Pelotas poderá ser apreciado em extra pauta pela reunião de diretores da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) hoje. A revisão tarifária poderá chegar a até 28%, aumentando para os motoristas de carros o atual valor de R$ 15,20 para R$ 19,50, nas cinco praças de pedágios entre a BR-116 e 392. Com a elevação, a Região Sul terá a tarifa mais cara do País entre as rodovias federais.

Apesar de não estar oficialmente na pauta da reunião da ANTT, a assessoria da Agência confirma que a majoração poderá ser votada hoje, na última reunião do ano. Caso isso ocorra, os novos valores poderão começar a valer antes mesmo do fim de dezembro. Mesmo com a possibilidade de atraso, a atualização da tabela deve ocorrer ainda em janeiro. O reajuste inflacionário é referente aos últimos dois anos. Diante disso, a concessionária argumenta que a porcentagem poderá chegar a 28% devido a desatualização. A reposição da tarifa mais recente foi em novembro de 2022,com um aumento de 23,5%.

A partir da aprovação do reajuste, o pedágio mais caro do Rio Grande do Sul alcançará a marca de ser o mais oneroso do País. Com intenso tráfego de transporte, principalmente rumo ao Porto de Rio Grande, os caminhões com um eixo que hoje têm tarifa de R$ 30,50, passarão a pagar R$ 39. Já para os veículos com seis eixos, o valor saltará de R$ 91,40 para R$ 116. (Confira a tabela).

Valor atual das tarifas Valor com reajuste de 28%

Automóveis de dois eixos: R$ 15,20 R$ 19,50

Automóveis com 3 eixos: R$ 22,80 R$ 29, 18

Automóveis com 4 eixos: R$ 30,50 R$ 39,00

Caminhão leve, ônibus: R$ 30,50 R$ 39,00

Caminhão com 3 eixos: R$ 45,70 R$ 58,49

Caminhão com 4 eixos: R$ 60,90 R$ 77,9

Caminhão com 5 eixos: R$ 76,20 R$ 97,50

Caminhão com 6 eixos: R$ 91,40 R$ 116,9

Ativo em mobilizações pela redução das tarifas do Polo Rodoviário de Pelotas, o presidente do Sindicato dos Caminhoneiros de Rio Grande, Dieck Sena, diz que a notícia da possibilidade de reajuste foi "um balde de água fria". De acordo o representante, os valores para atravessar as praças têm tido um impacto negativo muito significativo e com a elevação o preço do frete também deverá ser aumentado.

"Isso cada vez mais vem nos impactando, na vida econômica do caminhoneiro e de todo mundo. No desenvolvimento e no turismo da região. O pessoal já está desistindo, do jeito que está o autônomo vai acabar sendo extinto. Hoje um LS [tipo de caminhão] paga em torno de R$ 500 para ir a Porto Alegre e voltar", relata.

Mobilização política

A insatisfação dos municípios da Zona Sul também é refletida nos representantes políticos da região. Na tentativa de barrar o reajuste, o deputado federal Daniel Trzeciak (PSDB) anunciou o ingresso de Medida Cautelar junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) para impedir a decisão. "O que já é inacreditável vai virar quase R$ 20. Nós temos nas cinco praças da nossa região, a metade sul, o pedágio mais caro do Rio Grande do Sul, e agora o mais caro do Brasil", cita.

Vigência do contrato

Administrando as cinco praças de pedágio, há 25 anos, o contrato da Ecosul com o Ministério dos Transportes vence em abril de 2026. Entretanto, a concessionária entrou com um pedido para prorrogação da concessão e entre os itens elencados pela empresa está a redução imediata de tarifas, duplicação do lote 4 da BR-392, execução de três novas pontes na BR-116, entre outros itens.

Motivo de protesto de lideranças de diversos segmentos da Região e de políticos, além do alto valor da tarifa em comparação com outras praças, o motivo de indignação também é referente ao atual contrato, que não prevê grandes investimentos nas rodovias por parte da concessionária. "A gente paga muito caro por pouca manutenção. Eles só fazem uma operação tapa buraco de vez em quando, hoje ele fazem mais a questão de jardinagem do que asfalto", diz Sena.



Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Governo do Estado lança IPVA 2024 Anterior

Governo do Estado lança IPVA 2024

Produtores rurais do interior de Pelotas protestam por falta de luz Próximo

Produtores rurais do interior de Pelotas protestam por falta de luz

Deixe seu comentário