Prevenção

Tecnologia a favor da saúde

Atendimento de fisioterapeutas, de forma não presencial, contribui para a continuidade dos tratamentos durante o isolamento social

Divulgação -

A pandemia do novo coronavírus motivou a intensificação do uso de plataformas online para o desenvolvimento de atividades em diferentes áreas, do trabalho ao contato com os amigos. Na saúde, o movimento também foi visto em áreas como a fisioterapia. No final de março, o Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (Coffito) autorizou temporariamente o desenvolvimento de teleconsultas, telemonitoramento e teleconsultoria, promovendo possibilidades para que parte dos pacientes não permaneça desassistida durante o período de isolamento social. Para os profissionais, a opção é vista como benéfica em momento de pandemia da Covid-19.

A autorização foi obtida após a publicação da Resolução 516, em 23 de março deste ano, que suspendeu temporariamente os efeitos de parte dos artigos 15 das resoluções 424 e 425, datadas de 2013, que proibiam a consulta ou prescrição de tratamento fisioterápico e terapêutico operacional de forma não presencial. “A gente pode ter esse contato com o paciente a qualquer momento, longe, distante, e favorecer a evolução do paciente para cada caso”, destacou o fisioterapeuta Rafael Guimarães em relação à medida. O profissional, que trabalha com a parte traumato-ortopédica, com ênfase em patologias de coluna, como lombar e cervical, e alterações de postura, lembra que esse modelo já é utilizado em outros países, como Austrália, Estados Unidos, e também é aplicado em locais do continente europeu.

A evolução tecnológica e o desenvolvimento de pesquisas que demonstram o efeito semelhante entre o tratamento à distância e o presencial para determinadas patologias, são apontadas por Guimarães como elementos que possibilitam a prática. Segundo o fisioterapeuta, a modalidade pode ser aplicada para o tratamento de problemas como dores lombares, cervicalgia, escoliose e ainda em casos de entorse de tornozelo, lesões no joelho, articulares, musculares e em parte de tratamentos com exercícios respiratórios. “Todas essas onde o princípio do tratamento não vai necessitar de uma intervenção manual do fisioterapeuta”, exemplifica. Guimarães lembra, no entanto, que o atendimento não pode ser aplicado em parte das patologias que dependem de avaliações, como exames e teste físicos presenciais, terapias manuais e o entendimento cognitivo do paciente. A possibilidade, porém, deverá ser analisada pelo profissional fisioterapeuta, de modo a identificar as condições de oferta do tratamento e a necessidade de cada um.

O novo método de trabalho, demandou adaptações por parte do fisioterapeuta, que cita ter buscado na literatura científica, e com outros profissionais, formas para viabilizar o atendimento. Para continuar com as atividades, Rafael utiliza uma plataforma específica para telemedicina, que possibilita uma videochamada entre as partes, além de disponibilizar orientações em mensagens e arquivos. Dessa forma, o contato pode ser feito por meio de equipamentos como tablets, computadores e smartphones. “Tudo para corroborar na evolução do paciente dentro do seu caso”, pontuou. A adesão dos pacientes à nova modalidade no entanto, não foi total. O número de pessoas atendidas, que antes chegava a até 35 por mês, foi reduzido para 12, todos de forma online. “Muitos ainda preferem o atendimento presencial, se sentem mais confortáveis, mais protegidos”, avalia Guimarães.

Continuidade no tratamento

“Pra mim foi um alívio”, afirmou a arquiteta Ketsy Julio, 42 anos, que realiza o tratamento com o profissional desde 2011 para amenizar dores nas regiões cervical e lombar. Segundo ela, após a interrupção dos atendimentos presenciais, a opção online foi oferecida e prontamente aceita, devido à necessidade de continuar com o tratamento, realizado duas vezes por semana.  Os equipamentos e a infraestrutura em casa não são os mesmos do consultório, mas as instruções dadas pelo fisioterapeuta, em tempo real, contribuem para que a postura necessária seja seguida. “Para a atual situação, essa técnica, via online, está maravilhosa, me ajudou bastante”, diz Ketsy, ressaltando que, sem a opção, ficaria sem realizar o tratamento. O decreto assinado na última quarta-feira pela prefeita Paula Mascarenhas (PSDB), que autorizou a reabertura controlada do comércio e de outros estabelecimentos, também permitiu a realização de aulas presenciais de pilates, como as feitas por Ketsy. Por se tratar de uma patologia crônica, nas quais o atendimento presencial não é apontado como extremamente necessário, o fisioterapeuta afirma que a opção pelo teleatendimento, nestes casos, contribui para a manutenção da saúde dos envolvidos, o profissional e o paciente, neste momento de pandemia da Covid-19.

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