Calorão
Temperaturas podem passar dos 40°C essa semana
Após o calorão, temporais com ventos de até 100 quilômetros por hora podem atingir a região
Jô Folha -
Pelas ruas, um dos assuntos mais comentados nos bate-papos é o calorão que atingirá o Rio Grande do Sul nos próximos dias. Entre os fatores que vão influenciar para essa condição está um bloqueio atmosférico e a estiagem. Com previsão de temperaturas que podem passar dos 40°C, a região deve registrar temporais com possibilidade de ventos de até cem quilômetros por hora no domingo. Além dessa preocupação com o tempo severo, há também a necessidade de atenção aos cuidados com a saúde diante das temperaturas extremas.
De acordo com a meteorologia, a elevação das temperaturas tem como razão uma massa de ar quente que está se formando na Argentina, vem se espalhando pelo Uruguai e chega aos poucos ao Brasil. Na Fronteira Oeste do Estado os primeiros reflexos do fenômeno já são sentidos desde segunda-feira, com a queda da umidade do ar para menos de 20%. Na Zona Sul, apesar dos termômetros já estarem beirando os 30ºC, o calorão mesmo será sentido na sexta-feira, como explica o meteorologista Fernando Rafael, da Sigma Meteorologia. Segundo ele, a previsão é que as temperaturas fiquem entre 38°C e 41°C, podendo alcançar até os 43°C em algumas localidades. Porém, vai depender das situações particulares de cada município. Cidades mais altas como Pinheiro Machado e Canguçu, por exemplo, podem ter um "refresco" de dois a três graus a menos.
Diante dessa projeção extrema, Rafael diz que a onda de calor tem potencial para ficar entre as três temperaturas mais altas da história. Conforme dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), com registros iniciados em 1913, o recorde absoluto de calor na região foi documentado em janeiro de 1943 em Jaguarão, quando os termômetros chegaram a 42,6°C. Naquele mesmo período, Pelotas alcançou 42°C.
Uma coisa alimenta a outra
Estael Sias, da Metsul Meteorologia, explica que durante essa semana o Estado passará por bloqueio atmosférico que, combinado com o período sem chuvas que atinge o território gaúcho, favorece ondas de calor. Como consequência, quanto mais altas as temperaturas, mais seca fica a atmosfera. "Uma coisa alimenta a outra, favorecendo ondas de calor intenso que são comuns em períodos de estiagem", comenta.
A meteorologista ainda lembra que a região está sob efeito do fenômeno La Niña, que pelo segundo ano consecutivo influencia o clima no Rio Grande do Sul e provoca a diminuição nas chuvas.
Risco de temporais
Após o calorão, no início da noite de sábado algumas cidades devem ter chuva acompanhada de ventos com rajadas entre 80 e cem quilômetros por hora, além de queda de granizo. Entre domingo e terça-feira, segundo a Sigma Meteorologia, o acumulado de precipitações está previsto entre 50 e 70 milímetros, o que provocará a diminuição nas temperaturas.
Se confirmada, a chuva pode amenizar um pouco os efeitos da estiagem. Até ontem, choveu apenas 11 milímetros em Pelotas nestes primeiros dias do ano.
Alerta para a saúde
O médico Edevar Machado Júnior lembra que, com a chegada do verão, é ainda mais importante ter consciência dos cuidados com a saúde. Ele reforça a necessidade de evitar exposição ao sol entre as 10h e 16h, quando a incidência de raios ultravioleta é maior, e recomenda o uso de bloqueadores solares durante todo dia. E lembra: é indispensável reforçar a hidratação, com os pais devendo ampliar a atenção com a reposição de líquidos das crianças.
O diretor do Hospital Universitário São Francisco de Paula (HUSFP) ainda diz que muitas pessoas possuem a ideia equivocada de que no verão a pressão arterial aumenta, situação que é completamente o oposto. Ele explica que a pressão tende a cair devido a dilatação dos vasos sanguíneos, principalmente os que realizam a irrigação da pele e, por isso, é necessária a ingestão de água e a utilização de roupas adequadas ao calor.
Já na alimentação, Júnior destaca que nesta época do ano há uma preocupação com possíveis contaminações ao consumir alimentos frescos como carnes e frutos do mar, pois a temperatura elevada e possíveis erros no armazenamento podem provocar ter como consequência doenças do trato gastrointestinal. "É muito importante que a gente atente para isso, a questão da conservação dos alimentos sob refrigeração adequada", finaliza.
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