Em crise

Trabalhadores cobram mudança no comando da Cosulati

Funcionários, que estão com os salários atrasados desde janeiro, pedem a troca da direção e temem pelo fechamento da cooperativa

Jô Folha -

O atraso nos salários dos 143 trabalhadores da Cosulati gerou mobilização nesta sexta-feira (29). Com faixas de Mudança de comando já, os profissionais permaneceram em frente à sede da cooperativa - na praça 20 de Setembro, em Pelotas - e, a cada sinal vermelho no trânsito, denunciavam a grave crise financeira. Na próxima quarta-feira, 4 de maio, o futuro da Cosulati deve ser definido em assembleia geral.

"O pessoal não acredita mais que esta direção seja capaz de impedir o fechamento", destaca o presidente do Sindicato da Alimentação, Lair de Mattos. "E essa é a grande tragédia. Se fechar, depois não abre mais", preocupa-se. E não é para menos: com volume de leite que, às vezes, não ultrapassa os quatro mil litros por dia, a fábrica de laticínios no Capão do Leão tem ficado vários dias fora de operação neste ano.

Enquanto isso, os funcionários seguem no aguardo de pagamento. Estão acumulados o 13º de 2021, 25% do salário de janeiro, além de fevereiro, março e o abril que precisaria ser quitado nos próximos dias. Sem dinheiro no bolso, os trabalhadores acabam procurando bicos nas horas em que não estão na indústria, para tentar garantir o básico: a alimentação da família.

Proposta apresentada por cooperativas deve ser um dos temas centrais

A proposta já formalizada pelas cooperativas Terra Livre, da cidade de Nova Santa Rita, e Coperforte, de Santana do Livramento, deve ser um dos pontos centrais da assembleia. Juntas, elas prometem injetar, pelo menos, cem mil litros de leite por dia; o que poderia evitar o iminente colapso da Cosulati. Em documento de quatro páginas, o presidente da Terra Livre, Leodimar Antônio Ferreira, e o coordenador-geral da Coperforte, Élio Müller, explicam como funcionaria a Sociedade de Propósito Específico (SPE) e deixam claro: a parceria permitiria a prestação de serviços para terceiros, o desenvolvimento de produtos e a busca por novos mercados.

O aproveitamento dos trabalhadores que hoje integram o quadro da Cosulati é outro compromisso formalizado. A proposta de arrendamento do parque industrial, inclusive, já estabelece qual o índice que deveria ser reservado ao pagamento de passivos: 40%.

Em silêncio

O diretor-administrativo da Cosulati, Almir Mendonça, desculpou-se, mas preferiu não comentar a mobilização dos trabalhadores. Limitou-se a afirmar: "Estou sem cabeça. Estou tentando resolver vários problemas ainda".

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