Educação

Três novos intérpretes de libras para o Colégio Pelotense

Novos contratados vão atuar nas únicas turmas inclusivas do ensino médio da rede pública

Carlos Queiroz -

A falta de intérpretes de libras deixará de ser um problema para o Colégio Municipal Pelotense. Na última semana, candidatos realizaram testes para admissão em contrato administrativo. A prefeitura ofereceu três vagas e mais cadastro reserva. Três intérpretes compareceram à entrega de documentos e à entrevista. O colégio possui duas turmas inclusivas, cada uma delas precisa de dois profissionais e mais os volantes, que atuam em turno inverso e nas aulas de apoio - somando um total de seis intérpretes -, desde agosto a demanda está sendo mantida por apenas três pessoas. Os dez alunos surdos da escola - seis do 1º ano do Médio e quatro do 3º ano - estão inclusos em salas de cerca de 25 estudantes. A função do intérprete vai além de repassar o que o professor ensina, ele também auxilia na inserção e interação dos alunos com os demais colegas. Função que exige do corpo e da mente, por isso são necessários dois profissionais por sala, para que a cada 20 minutos possam se revezar. Até o momento, com os três intérpretes que atendem as duas turmas, não existe o tempo necessário de descanso para cada um e a tradução pode perder qualidade devido ao esforço.

Os novos profissionais vão complementar a equipe, assim cada turma terá uma dupla. Além disso, outro vai atuar como volante - atendendo o aluno na biblioteca e também dará suporte nas duplas quando alguém estiver doente.

O terceiro intérprete contratado irá atuar no turno inverso ao das aulas, auxiliando os estudantes nas aulas de reforço - dois profissionais já fazem este serviço. Porém, o novo membro será fundamental quando a demanda aumentar com a implantação do curso pré-vestibular para os alunos do 3° ano, a partir do segundo semestre.

Contrato
Para serem selecionados os intérpretes passaram por uma entrevista prática. A conversa em libra foi realizada em parceria com a Associação de Surdos de Pelotas (ASP), representada por Liliane Maria da Silva, 36. O resultado da seleção será divulgado esta semana. Ainda sem data definida para os intérpretes estarem em sala de aula, a expectativa da escola e dos alunos é grande e torcem para que o processo seja rápido. 

Salário baixo para a atividade
A representante da ASP, Liliane já foi aluna do Pelotense há 16 anos e atualmente trabalha na Escola Alfredo Dub. Conforme ela, a educação na rede municipal necessita de ajuda, já que grande parte da mão de obra deixa de atuar no Pelotense - única escola da rede que trabalha com o Ensino Médio - para procurar melhores condições de salários na rede federal e particular. O município contratou os profissionais para atuarem por 20 horas e receberão R$ 880,00. Segundo uma das intérpretes do Pelotense, Aline Rocha, as vagas em outras instituições como em universidades pagam cerca de R$ 300,00 a mais pelo mesmo tempo de trabalho, e isso desmotiva a categoria a atuar na escola.

O último concurso da prefeitura aconteceu há cerca de dois anos, as contratações administrativas vêm amenizando a falta de profissionais e términos de contratos. Porém, o desinteresse dos intérpretes em trabalhar no município pode ser sentido, no último edital para o Colégio Pelotense - ano passado, das cinco vagas oferecidas apenas duas foram preenchidas.

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