Coronavírus

UBSs estão mais movimentadas

Mesmo com dados subnotificados, profissionais relatam que há mais procura em função da pandemia

Carlos Queiroz -

Em dias mais frios é comum perceber maior procura pelos serviços de saúde para tratar problemas respiratórios. Em meio à pandemia do novo coronavírus profissionais que atuam na rede já percebem um movimento ainda mais elevado. Com isso, a prefeitura estipulou mudanças nos atendimentos, determinando que os pacientes com sintomas gripais devem procurar as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) somente pela manhã.

No Pronto-Socorro de Pelotas (PSP) a alternativa foi montar uma tenda de triagem, localizada na frente do hospital. O objetivo: separar os que têm sintomas gripais dos que não têm.

Montada no dia 27 de março, a estrutura conta com um médico e um enfermeiro que se dedicam exclusivamente para atender a demanda. Nos últimos cinco dias do mês passado o serviço encaminhou 61 pacientes para a Unidade de Pronto de Atendimento (UPA) e 11 para casa. Esse direcionamento para tratamento domiciliar ocorre em situações específicas e com sintomas leves, mas sempre com a orientação médica e com o alerta de retorno caso os sinais se agravem. Em abril, até o dia 16, 111 pessoas que procuraram a tenda foram orientadas a deslocar-se até a UPA, enquanto 15 foram encaminhadas para casa. O pedido do enfermeiro responsável pelo serviço de enfermagem do PSP, Alberto Brum, é que as pessoas procurem diretamente a UPA, referência em atendimento para o assunto.

A reportagem tentou ter acesso aos dados das UBSs dessa mesma época em 2019 para um comparativo com a procura deste ano. Porém, poucos atendimentos referentes às síndromes gripais foram notificados. A secretária de Saúde, Roberta Paganini, explica que as notificações dessas patologias, apesar de obrigatórias, não vinham acontecendo no município. “É um problema que não ocorre somente aqui”, alegou. Diante desse cenário, é possível afirmar que todos os dados de síndromes gripais, até então, estão subnotificados. Segundo a secretária, na última quinta-feira, a SMS definiu um protocolo, garantindo que toda síndrome gripal seja registrada. “Já foi feito um documento que será enviado para as redes pública e privada para organizar essa questão”, garantiu.

A responsável por uma UBS do município, que preferiu não se identificar, relata que o movimento aumentou consideravelmente se comparado ao ano passado. Acontece que essa procura ocorre por sintomas que não necessariamente estejam relacionados à Covid-19. “Acabamos tendo que lidar com uma demanda desnecessária”, explicou. O apelo dela é que antes de ir até as UBSs, o paciente, que já lida com síndromes alérgicas e respiratórias, faça uma autoavaliação, veja se sente algo diferente do que já conhece. Os principais sintomas que devem fazer o enfermo sair de casa, segundo ela, são a febre acima de 37,5°C e a insuficiência respiratória. “Assim conseguimos evitar as aglomerações”, disse.

Novos horários

Desde o último dia 13, todo paciente com sinais de gripe, que precise do atendimento da UBS, deve ir ao local no turno da manhã, das 8h às 12h. A parte da tarde, das 13 às 17h, será dedicada a quem busca outros serviços de saúde, como vacina, receita e pré-natal. O objetivo da divisão de horários é evitar o contato com pessoas que apresentem sintomas gripais. Entre os turnos, a limpeza das unidades será reforçada para a higienização dos espaços. As UBSs podem ser procuradas por pessoas com síndrome gripal sem sinais de gravidade, mas que apresentam febre e manifestações intensas de tosse e coriza. Os pacientes com sintomas graves da doença, como falta de ar, devem se dirigir imediatamente à UPA Areal.

Cuidados redobrados

Além dos cuidados gerais de higiene indicados para prevenir a Covid-19, algumas pessoas consideradas do grupo de risco devem ficar ainda mais atentas. Confira as dicas:

Tuberculose
Segundo o médico infectologista da UFPel, Cezar Pinheiro, a infecção pelo bacilo da tuberculose afeta principalmente os pulmões e pode ser potencializada em pacientes infectados pelo novo coronavírus. As pessoas com tuberculose devem tomar os cuidados recomendados e se manter em casa, em ambientes preferencialmente arejados. Além disso, o uso correto da medicação tuberculostática é indispensável.

Diabete
As pessoas com diabetes mais vulneráveis, e que provavelmente terão resultados piores se contraírem Covid-19, são aquelas com longo histórico da doença, mau controle metabólico, presença de complicações e doenças concomitantes e especialmente os idosos com mais de 60 anos, independentemente do tipo de diabetes. Como o controle glicêmico é a chave para o sucesso, monitorar frequentemente a glicemia e ajustar medicações em geral ou insulinas - sempre com orientação médica - são procedimentos que podem prevenir possíveis complicações.

Hipertensão
A Hipertensão Arterial Sistêmica é uma comorbidade que também está associada ao aumento de mortalidade na infecção pelo coronavírus, principalmente nas pessoas com mais de 60 anos e com outros problemas cardíacos associados. O infectologista destaca que o fundamental é que os hipertensos não suspendam o uso dos medicamentos sem orientação médica.

HIV
As pessoas que vivem com HIV e que estiverem com a imunidade reduzida, apontada pelo exame CD4, são as que correm maior risco. É importantíssimo o uso correto da medicação específica para o HIV, os antirretrovirais.

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