Saúde
UBSs não têm mais vacinas da gripe
A vacina paga seria uma alternativa para a população, mas os laboratórios e clínicas particulares também estão com estoques zerados
Carlos Queiroz -
As grandes filas que se formavam nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) em busca de vacina contra o influenza desapareceram. Não porque todas as pessoas foram imunizadas. Pelo contrário. Quem se deslocou até os postos para receber a dose teve que voltar para casa sem vacinação, já que não houve repasse do Ministério da Saúde para o Estado e, posteriormente, para o município. Os últimos lotes enviados para a cidade acabaram rapidamente em função do Dia D de Vacinação, que aconteceu no último sábado (30). A vacina paga seria uma alternativa para a população, mas os laboratórios e clínicas particulares também estão com estoques zerados.
Segundo a chefe do Departamento de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde, Maria Regina Reis, o problema de distribuição não deverá alterar o número de doses previsto para o município, que é de 115 mil. Até o momento, Pelotas já imunizou 60% do total aguardado e a expectativa da SMS é receber o restante - aproximadamente 45 mil vacinas - na segunda-feira. Maria Regina relata que mais de 30 UBSs já entraram em contato com a Vigilância Epidemiológica para registrar falta de vacinas. Na Unidade da avenida Salgado Filho, por exemplo, elas se esgotaram no sábado, quando em torno de 900 pessoas passaram pelo local para serem imunizadas.
Na tarde desta sexta-feira (6), Marco Antônio Falcão foi ao posto para se imunizar, mas não conseguiu. "É a terceira vez que eu venho tomar vacina e não tem. Já tinha ido naquela (UBS) ali da Santos Dumont, também. Segunda-feira estaremos aí de novo", disse. O coordenador da UBS comentou sobre a constante reclamação de pacientes. "Tem gente procurando todo o dia, em todos os lugares. Não temos o que fazer, porque independe da prefeitura ou da Secretaria", afirmou. O Centro de Especialidades, que atende a maior parte da população, tinha apenas 200 doses no começo da manhã desta sexta.
Nas clínicas privadas, o mesmo problema
Erli Duarte é gerente de uma clínica especializada em vacinas. Segundo ele, o surto da gripe A/H1N1 em São Paulo fez com que a região Sudeste adquirisse maior parte do mercado. Na empresa onde trabalha estão disponíveis apenas algumas vacinas tetravirais - que previne contra Influenza A/H1N1, A/H3N2, e dois vírus Influenza B (subtipos Brisbane e Phuket) - para crianças de seis meses a três anos. O valor é de R$ 100,00. E a chance de conseguir novos lotes é pequena. "Normalmente nós ligávamos para os clientes para avisar que tinha vacina. Esse ano não fizemos isso e acabou. Ainda assim, o telefone toca todos os dias", contou.
Em outros dois laboratórios consultados, a situação é a mesma. Nada no estoque e nenhuma previsão de entrega de novas doses. "Neste ano, vendemos cerca de mil vacinas. Mas os distribuidores dizem que estão zerados no Brasil, então acho que nem conseguiremos mais", disse uma profissional do laboratório.
Cinco casos confirmados
Na última terça-feira a SMS confirmou os primeiros cincos casos de H1N1 em Pelotas. O resultado dos outros 20 exames que foram encaminhados para Porto Alegre ainda aguardam resposta. A demora se deve ao fato de o Laboratório Central atender a demanda de todo o Estado. O material colhido para a realização dos testes é a secreção do nariz das pessoas internadas em hospitais ou atendidas na Unidade Sentinela e que apresentaram graves complicações de gripe.
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